segunda-feira, 29 de agosto de 2022

BETO GUILHERME - E POR FALAR EM SAMBA...

                                                             UM GRANDE ARTISTA


 "Túmulo do Samba". 

A alcunha foi dada a São Paulo por Vinicius de Moraes, provavelmente num de seus momentos etílicos e numa rara infelicidade do grande poeta. 

Beto Guilherme, lídimo representante do samba paulista, desmente o vaticínio de Vinicius, ao fazer nascer canções maravilhosas, cujas letras são populares, sem cair na armadilha do popularesco, algo tão comum a pessoas ávidas pelo sucesso e sem compromisso com a Língua. Não é o caso de Beto, certamente, cioso da relevância do idioma.

Beto compõe com linguagem acessível, porém com qualidade e sem reparos linguísticos. Não há pedantismo nem arroubos intelectuais, inacessíveis ao grande público. Tampouco há chagas mortais (para a língua) em seus versos, à procura da aprovação fácil. 

Reside aí uma grande qualidade do autor: não fere a Bela e Inculta. Ao mesmo tempo, pede licença à Língua para desobedecer a ênclise, em algumas músicas, como fez Oswald em "Pronominais"*.

Não é fácil unir o erudito ao popular, mas Beto faz uso exato dos dois estilos de linguagem. É importante ressaltar que o compositor tem um conhecimento muito bom do vernáculo, o que possibilita a ele elaborar textos perto da perfeição. Não é por ignorância, portanto, que o sambista escreve de maneira simples. Sua mensagem e sua poesia devem alcançar o público, mas ele não assassina a gramática nem a sintaxe para que isso aconteça. 

Por conhecer profundamente seu idioma, Beto Guilherme tem permissão para inverter pronomes, reduzir palavras e criar termos que contribuem para a beleza das suas letras...

Nissimiel

 * Referência a Oswald de Andrade em Pronominais, obra em que "desobedece" a ordem dos pronomes e usa próclise no lugar da ênclise.

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

TIMÃO X DRAGÃO - FURACÃO X MENGÃO: PREVALECERAM OS MELHORES VENTOS...

 

                                                                   YURI ALBERTO.

O Corinthians despachou o Atlético de Goiás, como exigia sua torcida. O primeiro confronto foi marcado pela incompetência da equipe mosqueteira e por muita disposição do time de Jorginho, que abriu uma vantagem de dois gols. Para os céticos, tratava-se de irrevogável e vergonhoso castigo ao Timão, que nada fez de útil em Goiás. O placar da primeira partida foi justo, é bom que se diga. Até deve ter iludido incautos torcedores goianos, que julgavam que o Dragão cuspiria fogos no estádio de Itaquera, aniquilando de vez a equipe paulista.

Para a Fiel, no entanto, nada é é irreversível. Tudo pode acontecer quando ela lota a arena corintiana e espalha seu grito ao vento. O sopro forte das arquibancadas empurrou o Corinthians, apagando a tênue chama do irreconhecível Atlético goiano, sufocado e acuado em seu campo pelo entusiasmado onze de Vitor Pereira.

Precisava de tirar a diferença de dois gols. Fez mais do que isso: sapecou quatro vezes a meta goiana, com a participação decisiva  de Yuri Alberto, autor de três tentos.

                                                                                     NA SELEÇÃO?


O Athlético paranaense recebeu o Flamengo, na Baixada e esperava fazer valer o pragmatismo de Felipão, um adepto de um futebol prático, não muito apreciado pelos amantes de belas artes executadas pelos pés. Claro que a competência de Scolari não pode ser contestada, pois é um vencedor, detentor de muitos títulos importantes, inclusive de campeão do Mundo pela Seleção.

Isso posto, vale acrescentar que os jogadores de que dispõe o treinador gaúcho não permite que ensaie, muito menos que leve a campo um espetáculo de primeira grandeza. 

Ao contrário de Dorival Junior, que conta com atletas de qualidades  indiscutíveis. Isso faz com que possa oferecer ao público performances memoráveis, com belas jogadas e muitos gols.

Na primeira partida, no Maracanã, todavia, houve um empate sem gols, mercê da forma que Felipão e seus parcos recursos  podem ofertar contra um adversário bem superior.

Marcação forte e disposição foram ingredientes com os quais Scolari contou para segurar o Mengão, uma inequívoca prova de sua capacidade de armar uma equipe. Um mérito de quem conhece futebol. Goste-se ou não de seu estilo.

No embate decisivo, entretanto, o Flamengo venceu com um golaço de Pedro e carimbou sua passagem para enfrentar o vencedor de América e São Paulo...

Nissimiel


sábado, 13 de agosto de 2022

A INCOMPETÊNCIA E A FORTUNA

                                                           
                                      VIRTUDE OU SORTE? ABEL APOSSOU-SE DE  AMBAS...


 O Atlético Mineiro perdeu duas chances incríveis de se classificar às semifinais da Copa Libertadores.

A primeira, em casa, quando ganhava o jogo por dois a zero, teve oportunidades de acrescentar mais um tento à fatura e liquidar de vez com o Palmeiras, ou pelo menos dar um passo gigantesco para disputar a fase seguinte da disputa mais importante do Continente. Não o fez, entretanto. Errar muito contra o Palmeiras tem um custo alto.

Urge lembrar que a peleja terminou empatada. Foi um  resultado frustrante para o Galo das Alterosas, porém alvissareiro ao onze de Abel Ferreira, que escapou de uma biaba histórica.

Esperava-se, então, que o time verde fizesse valer seu mando de jogo como costumeiramente acontece e despachasse o Galo, prevalecendo a força que tem em seus domínios. Era essa a expectativa, inclusive porque dificilmente o Palmeiras repetiria uma atuação tão abaixo de suas possibilidades, como ocorrera em Minas.

O que se viu em São Paulo, entretanto, foi o dono da arena atuar mal, sem dar tanto trabalho ao arqueiro do time mineiro. Apresentava-se, assim, outra oportunidade ao Atlético, principalmente depois que o excelente Danilo foi justamente expulso, após entrada criminosa no adversário. Se os times se equivalem, segundo se diz, a missão atleticana seria facilitada.

Ledo engano! O que se viu foi a equipe paulista fechar os espaços para garantir  que a bola  não alcançasse suas redes. 

Se por um lado, deve-se elogiar a postura defensiva do Palmeiras, inegavelmente muito bem armada por seu treinador, também é necessário ressaltar a incompetência do time de Cuca, que desde os vinte e sete minutos do primeiro tempo ficara em vantagem numérica e não marcou um gol.  

Como se fosse pouco, Scarpa foi expulso no segundo tempo. Dez minutos com dois atletas a mais não foram suficientes para Hulk e a cavalaria alvinegra tirarem o zero do placar. Castigo merecido para quem não soube ganhar as duas partidas da decisão. Chances foram dadas, porém debalde...

Nos pênaltis, o Verdão superou o oponente e prossegue na luta pelo inédito tricampeonato da Libertadores. 

Para quem, de vez em quando se queixa de azar, Abel deve se dar por feliz. Vê a sorte bater-lhe à porta mais uma vez. Ao Galo de Cuca faltou a Fortuna, companheira de Abel. Tampouco teve a Virtù, que acompanha o forte Palmeiras...

Nissimiel

 

terça-feira, 9 de agosto de 2022

FLAMENGO E CORINTHIANS, A LÓGICA E AS BATATAS...

 

                                                  PEDRO MARCOU O GOL DA VITÓRIA

O Flamengo fez mais do que o necessário para desclassificar o insosso time de Vitor Pereira.  Ganhou de novo do Corinthians. Aos incautos corintianos, cabia ainda uma tênue esperança de eliminar o rubro-negro no Maracanã. Aos céticos e adeptos da lógica, entretanto, não restavam dúvidas sobre qual equipe iria prosseguir na Libertadores da América.

Dorival armou seu time de maneira cautelosa, mas não abriu mão de algumas escapadas para o ataque. Numa dessas, Arrascaeta serviu Pedro, que empurrou a fez a pelota descansar nas redes. Não jogou como fizera em Itaquera, quando fez dois gols e poderia ter assinalado outros dois, o que não seria nenhuma novidade.

Diante das circunstâncias, o treinador do Flamengo fez uma opção inteligente, pois expôs muito pouco sua zaga ao inoperante ataque corintiano e avançou sem atropelos nem pressa. Boa estratégia para desgastar menos seus atletas.

Abismo pode ser um exagero para dimensionar os níveis que separam os rivais. Todavia, pode-se vislumbrar uma pirambeira, no mínimo, que desnivela os dois contentores. A balança de qualidade e organização tática pesa muito a favor dos cariocas, inegavelmente.

Não é demérito algum perder para o onze comandado por Dorival Junior. Aconteceu a lógica. 

Ao Corinthians, como se diz no futebol, resta "virar a chave'. Aliás, são duas: no Brasileirão e na Copa do Brasil, competições de batalhas renhidas. 

 Pela Copa do Brasil, quando terá o organizado Atlético de Goiás pela frente, tentará devolver o placar do primeiro jogo. Pode ser que aconteça, pois joga em Itaquera, onde normalmente cresce bastante de produção. Mas não será uma tarefa risonha para o Timão, todos sabem. Muitos suores serão vertidos em campo. Lágrimas poderão banhar os rostos, ao final. As faces dos derrotados terão um pranto amargo. 

Os olhos dos vencedores, no entanto, serão molhados por doces suores e algum pranto feliz, quiçá escondido. 

"Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas..." (Machado de Assis - Quincas Borba)

Nissimiel






sábado, 6 de agosto de 2022

JÔ SOARES - UM ÍCONE

                                           JÔ SOARES E O SEXTETO - UM PARADIGMA


A parte física, inexoravelmente, retornará ao pó de que são constituídos os seres vivos. Óbvio, porém necessário, é lembrar a curta existência dos seres humanos. 

Muitos jactam-se de seus bens materiais, da beleza efêmera e da inteligência que possuem, mas se esquecem de que a origem de tudo que "possuem" advém de talentos que lhes foram dados.

Desenvolver as habilidades inatas, portanto, é algo meritório e intransferível.  Muitos talentos não são multiplicados e perdem-se nos caminhos medíocres que as pessoas teimam em trilhar. Para os que creem, o Livro Sagrado ensina que não se devem enterrar os talentos. Urge que sejam, no mínimo, dobrados. A parábola de Jesus, como sempre, é exata. 

 Aos não crentes, a Vida ensina a multiplicar seus capitais culturais, financeiros e sociais. Por mais que os acomodados refutem a ideia, aos humanos compete crescer, usando seus dons, talentos e habilidades.

Jô Soares foi o típico semeador e multiplicador de talentos. Inteligente e estudioso, escrevia e criava personagens interessantes. Nos bons e nem tão distantes tempos em que o odioso politicamente correto não ditava as regras do humor e das falas livres do cidadão, ele interpretou tipos inesquecíveis que hoje não passariam no crivo dos chatos de plantão, que veem preconceito e racismo em praticamente todos os tipos de humor.

Infelizmente, o "Gordo" aderiu à hipocrisia reinante de muitos artistas milionários, que pregam igualdade aos cidadãos comuns e riqueza aos "mais iguais" (pois é, Orwell...) como ele, de vida nababesca e posição social incomparável aos que vivem à margem da opulência dos endinheirados.

Longe de se hostilizar a fartura e o capital de quem tem, por certo, posto que viver bem é desejo de quase todos. O que se deve repreender é a defesa de igualdade ao povo (na esteira da quase indigência...) enquanto se locupleta da condição do "porco napoleão, "mais igual" do que os outros (Orwell, de novo, uma boa recorrência...)

O posicionamento político de Jô Soares não pode, entretanto, invalidar sua contribuição à cultura do Brasil, refletida em livros, artigos e personagens. 

Arguto e inteligente, fazia de suas entrevistas verdadeiros shows, mesmo com convidados que pareciam nada ter a entregar. Um ícone, imitado por todos que se dispuseram a seguir o modelo de programa que ele consagrou na televisão brasileira...

Nissimiel

O

quarta-feira, 3 de agosto de 2022

SOBRE LIBERTADORES E SUL-AMERICANA

 

                                            AS COBIÇADAS COPAS DA AMÉRICA DO SUL

Como era esperado, o time nordestino não permitiu que o anfitrião desenvolvesse um futebol capaz de abrir uma vantagem expressiva para o jogo de volta no Castelão. 

É de bom tom dizer que o futebol do tricolor paulista não encanta quem gosta de futebol bem jogado. 

Sua fanática torcida, no entanto, vem lotando o Morumbi e fazendo com que vença a maioria dos jogos disputados no Cicero Pompeu de Toledo.

Time bem armado, o Ceará deixou a disputa em aberto, sofrendo apenas um gol. Poderiam ser dois, caso Calleri tivesse convertido o pênalti sofrido por ele. Mas "Inês é morta", diria o escritor. Sigamos. 

Na próxima semana, o desfecho dessa guerra. Como sua zaga titular vem dando conta do recado, pode ser que a equipe de Ceni segure o bom time do Ceará e consiga uma classificação. O treinador Marquinhos Santos deve mandar o Vozão para cima do adversário na próxima semana.

Já em Itaquera, o Flamengo não deu oportunidades ao Corinthians de ganhar a peleja. Apenas os fanáticos não percebem a diferença abissal entre as duas equipes. O time do Rio fez dois e poderia ter marcado mais gols, caso tivesse apertado mais a confusa defesa paulista.

Não se pode dizer que a fatura esteja liquidada, afinal, trata-se de um esporte que costuma aprontar travessuras.  Tudo indica, todavia, que a equipe de Dorival Junior deve confirmar a classificação no Maracanã lotado.

Atlético e Palmeiras jogaram em Minas onde o time das Alterosas começou a partida a todo vapor, sufocando os comandados de Abel Ferreira e dando a impressão de que iria a São Paulo com um placar bem tranquilo para carimbar a passagem para as semifinais.

O que se viu, entretanto, foi a sorte, de que Abel tanto se queixa, bafejar a seu favor. Escapou de uma derrota acachapante e conseguiu um empate que não refletiu o que foi a partida, mas que fará toda a diferença na volta. 

Em seu estádio, o Palmeiras cresce assustadoramente. Dificilmente deixa escapar a vitória. 

O Galo acreditou que poderia fazer mais gols e abriu a guarda, o que normalmente é fatal quando se joga contra uma equipe pragmática e bem treinada como o Verdão. Mesmo num dia muito ruim, em que jogou abaixo de sua capacidade, conseguiu um empate heroico.

Nissimiel



segunda-feira, 1 de agosto de 2022

FLUMINENSE, UM DOS FIOS DO CIPOAL...

                                           EMARANHADO DE EMOÇÕES, NOSSO FUTEBOL...


 Não é de hoje  que o Brasil padece de um mal que atinge a maioria dos clubes de futebol: o tal "futebol de resultados", uma praga que  ameaça a capacidade criativa  dos atletas. Claro que todos os clubes precisam de capital e de títulos. Não podem prescindir disso. Os investimentos são altos e quem injeta seu dinheiro exige retorno, o que faz parte do mundo dos negócios. As empresas, além da visibilidade, desejam, por óbvio, também associar sua marca aos vencedores. 

Pois bem. Os bons resultados e o futebol bem jogado não deveriam ser uma contradição. É perfeitamente possível que a arte e o lucro sigam pela mesma trilha, sem contendas. É desejável, inclusive, que assim o seja.

O cipoal do futebol, que amarra a mediocridade, a violência e o discurso "vencedor", comporta também alguns fios de esperança,  que são puxados por alguns sonhadores. Estes insistem que a bola deve ser tratada com carinho para rolar sem solavancos pelo palco verde, até furar a linha fatal onde desperta o grito alucinado do gol. Para muitos, são lunáticos, mas para quem ama o bom futebol, são lufadas de beleza para o maltratado esporte nacional.

Sim, ainda há alguns que teimam em desenrolar os frágeis fios, mesmo sob a resistência dos emaranhados que se torcem para sufocar a tenuidade da esperança.

O Fluminense tem um dos "lunáticos" do futebol que a fragilidade da linha ainda sustenta, Fernando Diniz.  Que outras pontas sejam amalgamadas à esperança dos poucos sonhadores, fortalecendo a luta contra as cordas da mediocridade...

Nissimiel

sexta-feira, 29 de julho de 2022

SOBRE A COPA DO BRASIL - QUE LÓGICA COMANDA O FUTEBOL?




Os analistas previam a classificação do Corinthians contra o Atlético de Goiás, o que pode até ocorrer, já que os goianos virão a São Paulo enfrentar o Timão, sempre muito forte quando atua em seus domínios.

Antes da bola rolar, poucos acreditavam numa vitória do Atlético, mesmo a partida sendo na casa do Dragão. 

O que se viu, todavia, foi uma partida em que o time local tomou a iniciativa, fez dois a zero e minou as poucas chances que um atordoado Corinthians tentou criar.

Não se deve duvidar da capacidade do alvinegro de devolver o placar que sofreu em Goiás, mas o onze comandado por Jorginho está bem armado e vai dificultar as coisas em Itaquera.

O Flamengo iniciou a guerra pela classificação enfrentando o pragmático Athlético de Felipão. Como faz parte de seu script, Scolari levou ao Rio o medo de perder e seu já consagrado estilo horroroso de praticar futebol, a fim de escapar de uma derrota no Maracanã. Intento alcançado, o Furacão vai tentar derrotar os cariocas no sul.

Foi um evento marcado por pancadas e pela leniência da arbitragem, que conseguiu desagradar aos dois lados, tarefa que contou com o exótico VAR à brasileira, protagonista de diálogos no mínimo engraçados entre os assistentes e o soprador de campo. 

Nenhum dos dois treinadores envolvidos, todavia, achou graça da patacoada eletrônica.

Na casa do Fortaleza, uma partida interessante, com a equipe da casa tentando fazer um bom resultado contra o Fluminense. O time carioca, todavia, está cada dia mais entrosado e perigoso, sob os auspícios do sonhador Fernando Diniz, que parece próximo do equilíbrio entre o jogo bonito e o resultado de que precisa. 

Alvissaras! Que o modorrento esporte que se pratica no país seja suplantado pela sonho "diniziano"...

A derrota do Fortaleza em casa vai obrigá-lo a sair para o jogo no Rio, o que lhe pode ser fatal. Diniz deve montar uma arapuca, tocando a bola, à espera de brechas que espera abrir para matar a partida.

Com Ganso e Cano em fase auspiciosa, o Tricolor das Laranjeiras pode liquidar a fatura.

No Morumbi lotado, o São Paulo penou para vencer o América mineiro, que perdeu um pênalti, cometido pelo contestado Thiago Couto. O que poderia ser uma noite tenebrosa para o goleiro, transformou-se numa inesquecível epopeia, ao defender a penalidade.

Não será fácil, no entanto, a missão Tricolor de superar os americanos em Minas, posto que Wagner Mancini montou uma equipe coesa e rápida, capaz de dominar a peleja em momentos cruciais, como ocorreu no Morumbi. Um empate talvez fosse o resultado mais apropriado. 

Devido ao tempo entre as partidas de ida e volta, a disputa está aberta. Tudo pode acontecer, inclusive a lógica. Depois dos resultados de ontem, resta a pergunta: qual é a lógica que rege o futebol? 

Aguardemos, pois...

Nissimiel


 

sexta-feira, 15 de julho de 2022

1SP X 0 + 2PAL 1= CLASSIFICAÇÃO TRICOLOR - UMA EQUAÇÃO POSSÍVEL...

 




                                                  SEMPRE PODE HAVER VARIÁVEIS

As variáveis não indicavam que o São Paulo pudesse resolver a equação a seu favor, mas os números não podem padecer de "síndrome de pinóquio". Ao contrário, provam a verdade incontestável de uma luta renhida em que a balança final das penalidades pendeu para o lado tricolor.

O Palmeiras, favorito aos títulos que disputa, imaginou que nem precisaria usar a matemática a seu favor. Quase tudo indicava que o xis da questão seria a classificação verde à fase seguinte da Copa do Brasil. 

Tal qual a final do Paulista, O Palmeiras eliminaria o rival, até com sobras, como ocorreu  na final do Paulistão. A se julgar pela superioridade do Verdão, eram favas contadas.

Numa arena lotada, com doze minutos de jogo, o placar apontava dois gols de vantagem. Teve-se a nítida impressão de que a goleada não tardaria, repetindo o vexame a que os tricolores foram expostos há pouco tempo. Um pesadelo recorrente diante da qualidade palmeirense.

Pois é. A equação muito simples estaria solucionada. X seria igual a Palmeiras. 

Mas nem sempre o melhor sai vitorioso. Essa é uma das razões  do fascínio do futebol. Surgiram, então, as variáveis. Elas podem desmoronar  favoritos. Felizmente, para enriquecer discussões e criar , com licença, mais variáveis...

E foi o que ocorreu. A perda de um pênalti por Veiga esfriou os ânimos alviverdes e alentou os visitantes, que alteraram o placar e levaram a decisão para a fatídica marca da cal.

Jandrei, que já havia impedido gols adversários durante o tempo normal, mostrou que sua noite não foi uma variável aleatória. Defendeu duas vezes e garantiu a classificação do São Paulo. 

Abel Ferreira, sempre relutante em aceitar virtudes alheias e  afeito aos "poréns" que ele contrapõe às derrotas, adicionou outra variável à equação: sorte.

Claro que não se pode excluí-la  dos jogos de futebol, mas não se deve tirar as virtudes do brioso Tricolor, que acrescentou outras letras à sua conta: superação multiplicada por eficiência.

Se nem o Príncipe* pode prescindir da "fortuna", por que o Tricolor dela abriria mão? Some-se a ela a indispensável "virtu".

Fecha-se, assim, a equação...

Nissimiel

* Referência a Maquiavel.



domingo, 10 de julho de 2022

FERNANDO DINIZ, UM MOICANO. MAS NÃO O ÚNICO, ESPERA-SE...

 

                                                DINIZ, UM DOS ÚLTIMOS SONHADORES



Os jogos do Fluminense têm sido muito agradáveis de se ver. Eles possuem a marca de seu treinador, com passes rápidos e "marcação alta", como se convencionou chamar o antigo "abafa". O jogo contra o Ceará não foi fácil, pois o time nordestino é bem entrosado, o que impediu o time do Rio de praticar seu melhor futebol. Todos os adversários encontrarão no "Vozão" um obstáculo enorme, posto que sua peças estão bem dispostas no tabuleiro. É um xeque-mate glorioso a quem o consegue...

Fernando Diniz, um dos últimos moicanos, conduz sua tribo por caminhos que podem ajudar a elevar o futebol brasileiro, tão pragmático quanto horroroso, à redenção. Como todos os sonhadores, o treinador do Fluminense sofre alguma rejeição e até mesmo escárnio dos que se julgam os detentores de todas as estratégias e táticas do engenhoso esporte bretão.

Ele persiste, entretanto, apesar do tortuoso e espinhoso caminho, subindo íngremes montanhas, moicano que é, derradeiro que se anuncia, corajoso que se apresenta.

Claro que os céticos lembrar-se-ão do fatídico campeonato perdido pelo São Paulo, atribuído por muitos à teimosia de Diniz em não jogar a bola "para o mato, posto ser campeonato" e ao desentendimento com alguns jogadores, o famoso "perder o vestiário", no jargão futebolista.

Se foram essas a causas, espera-se que o treinador tenha aproveitado as críticas para crescer, como parece ter acontecido.

A comparação não são de nomes, mas circunstanciais, como se verá. Não devemos ter na mesa um cardápio de pratos tão distintos como Telê Santana e Fernando Diniz. São iguarias incomparáveis, por certo. Telê, também um amante do futebol bem jogado, tornou-se um dos maiores treinadores da história ao abrir mão de certas convicções e saber a hora de ser pragmático e tempo de conservar a beleza do futebol. 

Telê tornou-se um ícone no São Paulo ao acrescentar pragmatismo homeopático a seu jogo, conservando em doses cavalares o romantismo lírico do belo futebol que o consagrou. Tido como teimoso por muitos, soube mixar estrondos da bola ao mato com sons de poesia pura.

Como a vida é um eterno aprendizado, espera-se que  Fernando Diniz tenha superado suas mazelas.  Chagas fechadas, o comandante do Tricolor das Laranjeiras pode agora mesclar seu trabalho, para que tenha doses ínfimas e necessárias de realismo e ingredientes à farta de romantismo moicano, que escape do mundo modorrento em que se transformou o futebol...

Nissimiel


 


quarta-feira, 6 de julho de 2022

CORINTHIANS, O IMPONDERÁVEL?

 

                                                VITOR PEREIRA, UM IMPONDERÁVEL?

Quase todos esperavam a classificação do Boca Juniors, o que é perfeitamente normal, se fossem considerados todos os fatores que cercavam a peleja.

Num lado da arena, uma equipe sem vários de seus titulares, inclusive seu principal jogador, William, preservado por não reunir condições de suportar a batalha campal. 

Na outra extremidade do ringue, o Boca Juniors, multicampeão da Libertadores, com sua equipe considerada titular. 

Numa análise rasa, apontar-se-ia o time portenho como favorito, mas para quem conhece o Imponderável de Almeida*, nada se pode descartar.

Mesmo com uma equipe enfraquecida, que nem de longe lembra os grandes times de outrora, a tradição do Boca não pode ser negligenciada. Ainda mais quando atua no lendário estádio La Bombonera, onde seus torcedores pressionam os adversários de maneira assustadora.

No Brasil, o Corinthians perdeu a chance de derrotar o rival, pois Roger Guedes perdeu um pênalti. O alvinegro teve uma atuação inferior ao adversário, é bom que se ressalte. Na Argentina, foi a vez de Benedetto chutar na trave uma penalidade. Empates justos, pelo que deixaram de jogar. 

Na decisão da marca da cal, o time alvinegro conseguiu a classificação à fase seguinte do torneio.

Que não se iludam, no entanto, os fiéis corintianos. Sua equipe precisará jogar muito mais diante do próximo adversário, provavelmente o Flamengo, que deve confirmar a classificação diante do Tolima (de triste memória...), no Maracanã lotado.

Que não se percam também no mar das ilusões os flamenguistas, imaginando partidas fáceis contra o Corinthians. Serão dois jogos duríssimos. O time carioca não está jogando o que seu torcedor espera, embora tenha uma equipe mais qualificada que o Corinthians.

Como a decisão será em agosto, todos os titulares deverão estar à disposição de Vitor Pereira, o que equilibrará a contenda.

É bom, entretanto, que a dona ilusão não bata à porta de Itaquera. O Flamengo precisa de um título neste ano, posto que o alto investimento precisa de retorno. 

E se o Sobrenatural de Almeida** aparecer no Maracanã? 

Bem, o Timão poderá ter a grande chance de se vingar do algoz Tolima, para muitos o maior de todos seus vexames...

Nissimiel

* -** Referência ao grande Nelson Rodrigues, um fanático torcedor do Fluminense, para quem as derrotas surpreendentes de seu time para equipe menores eram arte das duas personagens.

segunda-feira, 4 de julho de 2022

BENITO DI PAULA, UM VAGABUNDO?



"A minha vida é música. Até me considero um vagabundo. Eu nunca fiz nada na vida a não ser música..."

                                                             ( Benito Di Paula)

                                                                 Alvíssaras! 

Se todos os vagabundos fossem produtivos e geniais como Benito Di Paula, haveria muito mais arte, indubitavelmente.  Que ele continue por muito tempo com sua, por assim dizer, ociosidade produtiva. 

Trabalho comum pode ficar para os reles mortais. Obras-primas cabem aos gênios. A todos, resta aplaudir freneticamente Benito Di Paula.

Como classificá-lo em qualquer gênero musical? Longe de rotular um ícone da música como Benito, melhor é que loas sejam tecidas em sua reverência. 

Mais do que textos, suas canções são essências de sons, melodias e expressões que perpassam os anos e se eternizam no pensamento de quem aprecia a música de cantores imortais.

As letras que falam de universos dos desencantos, encantos da paixão e do amor são descrições e scripts curtos da vida de muitos.

O talento e a interpretação únicos elevam Benito ao patamar máximo da galeria dos maiores artistas do Brasil.

Valeu a pena a "vagabundagem" de Benito de Paula, ocupando-se "apenas" da música...

Nissimiel


sábado, 18 de junho de 2022

WHO WILL STOP THE RAIN? E POR FALAR EM PALMEIRAS...

 

                                                     

A canção da banda Creedence Clearwater, em uma de suas interpretações, faria alusão à guerra do Vietnã, com a chuva como ausência de paz e o sol como metáfora de tempos melhores. Outra versão diz que o cenário seria Woodstock, quando a chuva incessante teimava em cair durante o festival. Há outras histórias sobre a composição atribuídas ao seu autor, que teria se inspirado no seu filho num dia de muita chuva, que pedira: "Pare a chuva!"

Com a devida licença, a sonoridade do sucesso antigo se parece com as trovoadas que o Palmeiras vem lançando sobre os adversários, com chuvas incessantes de gols e futebol para tremer os concorrentes.

Imaginando o som do rock animado da banda com a devida tradução: "Quem vai parar a chuva" (verde) que se abate inapelavelmente sobre o futebol ressecado pelo sol da mediocridade? 

Bendita chuva, que, ao contrário daquelas águas de Creedence, são alvissareiras para o bem do combalido esporte tupiniquim, tão carente de gols e futebol que o Palmeiras despeja sobre os desavisados. 

Claro que alguns tropeços podem ocorrer durante o temporal alviverde, mas a estação mais provável parece ser a chuvosa, para desespero dos secos e infrutíferos rivais.

O Verdão parece não ter adversários à altura nestas competições de que participa. Claro que há ainda um longo caminho para o desfecho dos campeonatos, mas se a tempestade alviverde teimar em castigar os concorrentes, a boa lama do futebol prevalecerá sobre os dias estéreis do acanaveado futebol brasileiro...

Nissimiel


 


sábado, 11 de junho de 2022

DO QUE O CORAÇÃO ESTÁ CHEIO?

 

                                                                      OS IMPULSOS DO CORAÇÃO 

Dois episódios distintos envolvendo dois parlamentares ainda repercutem no Brasil. Impressiona a agilidade com que os "nobres" membros das assembleias legislativas trataram as questões.

No primeiro caso, os colegas apressaram-se em defenestrar quem acha as ucranianas "pobres, por isso fáceis...", num arroubo de moralidade poucas vezes vistas no Brasil. Um exemplo de rapidez que mereceu elogios da mídia, quase sempre disposta a execrar quem peca pelas palavras, mas perdoa os desvios de dinheiro público envolvendo os políticos. Sigamos...

 Na Câmara de São Paulo, o vereador paulistano Camilo Cristófaro foi flagrado fazendo um comentário racista. Sem perceber que seu microfone estava aberto, proferiu o inacreditável "lavar calçada é coisa de preto". Os aliados até tentaram camuflar o escorregão do colega. 

Muitos dos vereadores, entretanto, talvez ansiosos por mostrar o quanto são "humanos" e sem preconceitos, encaminharam o pedido de cassação de Cristófaro.

Os dois ocorridos merecem repúdio da sociedade, embora o moralismo exacerbado seja dispensável em ambos os casos.

Como boa parte da sociedade respira demagogia, os casos citados exigiram uma resposta imediata dos "ilibados justiceiros", que expurgaram as "chagas da misoginia e  do racismo" do parlamento. 

Que não se espere deste articulista eufemismos ou desculpas para justificar as falas de Arthur Do Val e Camilo Cristófaro, por óbvio. O vereador deve ser cassado, merecidamente, tal qual aconteceu com Do Val.

Mas bem que a celeridade dos "nobres" parlamentares poderia servir de exemplo para todas as Casas do Povo, que abrigam ladrões e corruptos de todas as colorações partidárias, mandando embora os bandidos que as frequentam.

Os escândalos que envolvem políticos são muito mais graves do que as palavras mal ditas, por certo, mas apenas Camilo e Arthur foram alijados do jogo político. Seus pecados foram expostos pela mídia como se fossem mortais, enquanto os larápios enrustidos postergam punições do outros ladrões que mantêm a boca fechada, para que não se perscrutem seus corações recheados das tramoias usuais.

Já nos adverte sabiamente o escritor: "...a boca fala do que o coração está cheio..." (Mateus12:34).

Pecaram os dois ao verbalizar seus corações...

Nissimiel




terça-feira, 12 de abril de 2022

MAMÃE PODERIA TER AVISADO...

 

                                                                ARTHUR DO VAL

O deputado estadual deve ter seu mandato cassado, provavelmente por unanimidade. 

O parlamentar paulista não é acusado de corrupção, de improbidade administrativa, ou quaisquer atos ilícitos envolvendo dinheiro público. Se o fosse, ficaria até do final do mandato, certamente.

Mamãe deve ter advertido Arthur que não se deve tratar as mulheres assim, mas embalde a advertência...

O episódio das "mulheres pobres, por isso fáceis..." dinamitou a curta carreira de do Val, um promissor deputado. Depois de fazer muito sucesso como youtuber, parecia ter muito a oferecer ao país, fosse sensato. É importante lembrar que foi eleito na esteira do presidente Bolsonaro, mas logo após a pose, desfez os laços com o presidente, alegando incompatibilidade de ideias. 

Erro crasso. Tinha grandes chances de sentar na cadeira de alcaide paulistano. Voos altos poderiam ser empreendidos. 

Poderia ter continuado ao lado do mandatário, opondo-se a pautas que considerasse equivocadas e apoiando os pontos convergentes. Preferiu a ruptura. Cedeu à tentação, acometido pela "síndrome de salmão" e foi para a oposição. Inês é morta. Sigamos...  

Como se sabe, Arthur foi prestar solidariedade ao povo ucraniano, mas, embevecido pela beleza das mulheres daquelas plagas, derreteu-se em vulgares e deploráveis predicativos, esquecendo a nobreza da missão. 

O curioso é que não se comenta sobre o "amigo" que vazou a conversa para a imprensa. Mui amigo...

Como defender alguém que julga tão mal as mulheres? Os colegas de parlamento, célere e inapelavelmente, trataram de providenciar  para que fosse defenestrado. Inédita a rapidez. É uma lástima, entretanto,  que não seja sempre assim, quando se trata de aprovar projetos de interesse público.

É alvissareiro que o processo de expurgo seja tão eficiente, por certo. Entretanto, quando se trata de punir os colegas ladrões e corruptos, os deputados não têm tanto empenho como no caso em epígrafe.

Há processos em profusão entre os acusadores de Arthur do Val que são jogados nas gavetas e tapetes da Casa. Os crimes parecem menores do que o comportamento inadequado do deputado. Não o são!

Por que não são expulsos do parlamento, a fim de depurar a política do Brasil? Para isso, não há pressa. A pauta de defender as mulheres dá muitos votos. 

Cassar os parceiros por crimes de corrupção é mais difícil. Os rabos não estão simplesmente presos. Parecem amarrados uns aos outros, num nó górdio que nem Alexandre ( aquele, o Grande, não o pequeno...) conseguiria desatar.

Mamãe deveria ter avisado a Arthur que os "amiguinhos" não perdoam quem ofende as mulheres, quem fala palavrões em público. No privado, pode-se até roubar e xingar. Em público, pega mal.

O perdão dos "nobres" colegas é concedido aos que roubam, que corrompem e são corrompidos...

Nissimiel


segunda-feira, 7 de março de 2022

QUANDO MAMÃE VAI À UCRÂNIA...

                                                   O TRISTE OCASO DO DEPUTADO


Arthur do Val tinha tudo para ser uma das grandes forças jovens da política brasileira. Com seu jeito satírico e irreverente conquistou as redes sociais. Arguia os políticos convencionais com perguntas debochadas e relevantes, expondo as contradições do discurso demagógico da esquerda. Suas perguntas também embaraçavam pessoas desinformadas que defendiam bandidos, políticos e afins durante manifestações. 

Bem articulado e inteligente, do Val alcançou a fama rapidamente com seu canal. 

Uma fórmula interessante que consagrou e o levou ao cargo de deputado estadual, com a imagem de conservador e liberal, que atrelou ao então candidato Bolsonaro.

Assim como tantos outros "aliados" do presidente eleito, entretanto, começou a fazer oposição ao presidente, alegando que o mandatário teria traído seus eleitores.

Não cabe aqui listar as queixas que o parlamentar tinha do presidente. Cumpre dizer que Arthur do Val passou a trabalhar contra o governo, quando poderia selecionar pautas das quais discordava e apoiar as que considerasse corretas, como manda o bom senso.

Arthur seria um candidato natural à prefeitura de São Paulo.  Apoiado pelo Planalto, teria grandes possibilidades de sucesso. Poderia não ganhar, mas alcançaria uma projeção muito grande para disputar o governo do Estado, por exemplo. 

Optou pelo discurso moralizante, como se ele fosse o último bastão da moralidade. As alianças que o presidente precisou de alinhavar para aprovar pautas importantes foram alvo de severas críticas de Arthur do Val. Segundo ele, foi uma traição ao povo que elegeu o presidente.

Não se defende aqui que haja conchavos e escândalos como havia há pouco tempo, claro. Não se pode ignorar, todavia, que não se governa sem os votos dos parlamentares, sejam honestos ou não. 

Para do Val, todavia, receber votos de congressistas desonestos faria do presidente quase um bandido e traidor da pátria. Bem sabe o deputado que o Executivo não pode governar sozinho. Se o fizesse, seria um ditador. Como aprovar as pautas necessárias, sem a anuência da maioria parlamentar? 

Agora, "Mamãe Falei" foi a Ucrânia. Para não quebrar de vez o telhado vítreo de Arthur do Val, não serão atiradas pedras moralizantes sobre ele. Já as há em profusão...

Nissimiel


quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

FELIPE MELO, A CONJUGAÇÃO DO VERBO VENCER.

 

                    SUOR, TALENTO E HONESTIDADE A SERVIÇO DO FLUMINENSE


Felipe Melo é um sujeito singular. Tido como tosco por alguns, é um cidadão consciente. 

Não aceita que o patrulhem. Sempre diz o que pensa. E que não se enganem os desinformados, julgando-o alienado por remar contra a maré dos "bonzinhos" e demagogos. Melo sabe das coisas...

Jornalistas já tentaram pressioná-lo para que diga o que eles querem. Felipe não se deixou intimidar. Sua posição confere a ele a autonomia que grandes pessoas conquistam. Não é apenas o dinheiro e a fama que lhe dão a liberdade. É questão de caráter e personalidade,  presentes em Felipe Melo no trabalho e na vida.


 As torcidas adversárias quase o odeiam na hora da partida, quando os nervos fervilham e os ânimos exaltam-se. Todavia, muitos devem alimentar um desejo não confesso de que ele envergue seu uniforme...

Nunca se omite nunca, seja "ralando a bunda no chão", seja tentando a jogada plástica que sua qualidade técnica permite. Importa para ele é que haja vitória. Ou, se a derrota acontecer, que o preço pago pelo oponente seja vertido em suor, lágrimas ou, em última e dramática instância, sangue. 

A coragem de gritar dentro nos gramados e fazer ecoar por todos os cantos o que pensa faz dele um sujeito diferente, pouco afeito a agradar os "sensíveis" de plantão. Um homem de quem a mulher, filhos e pais podem se orgulhar. Homem de atitudes. Homem sem os melindres que os incautos julgam ser de bom alvitre. Não o são...

As opiniões firmes e corajosas quando se manifesta nem sempre são as que a mídia, comprometida com o odioso politicamente correto, quer ouvir. Mas os  microfones precisam de captar o som forte da expressão oral de Felipe. Quando perde, é relevante ouvi-lo. E nas vitórias, são necessários a imagem e o som de Felipe Melo, pois ele conjuga como poucos o verbo vencer...

Nissimiel




 

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

O MELHOR NEGÓCIO DE TODOS OS TEMPOS


                                                     O MELHOR NEGÓCIO DO MUNDO

Qual é o melhor negócio do mundo? Difícil responder, posto que depende de muitos fatores, tais como as expectativas criadas e os resultados alcançados. Há muitos que lograram sucesso e dinheiro com produtos extraordinários, imprescindíveis ao mundo moderno. 
Poucos são os que têm um negócio por altruísmo apenas. Almejam fazer dinheiro, um lídimo direito, ressalte-se. Um empresário pode, se assim o desejar, conciliar as duas coisas, por certo. Não se trata, entretanto, de uma exigência moral. São negócios...
Uma empresa, normalmente, proporciona empregos, gera riquezas, facilita a vida das pessoas e contribui para o país, pagando seus impostos. Por mais que muitos invejosos e imbecis tentem demonizar os ricos, eles não são os culpados por todas as mazelas do mundo. Ninguém detém o monopólio das virtudes, ricos ou pobres...
Ao contrário do que apregoam os ressentidos, canalhas e afins, o patrão não é opressor, tampouco o funcionário o oprimido. Quando o contrato entre as partes é norteado pelo respeito às leis, não há vilões nessa relação.
O sonho de todos empresários provavelmente seja o de fabricar ou desenvolver algo que todos queiram comprar. Que seja o objeto de desejo, como ocorre com carros, telefones... 
Quando um produto é criado, a expectativa é enorme. O marketing da empresa entra em ação para parecer ao cliente que se trata de agregar à vida humana o imprescindível. Nada existe de errado nisso. São negócios.
O legítimo desejo de vender seus produtos não transforma o empresário em um monstro, pronto para devorar o dinheiro do cliente. Todavia, a compra precisa de ser livre. A opção de não adquiri-los não deve ser objeto de punição, como a proibição de ir e vir ou frequentar quaisquer lugares. Isso está acontecendo com a vacina que se propõe a ser contra o coronavirus. Nada há de reprovável em quem opta pela inoculação. Como também nada pode haver contra quem escolha não se vacinar. Nome disso é liberdade.
A inoculação enseja o melhor negócio de todos os tempos. Nunca houve um produto vendido no mundo inteiro que os consumidores fossem obrigados a adquirir.
É de bom tom esclarecer aos incautos: não se ignora que os governos pagam pelo experimento. Indiretamente, porém, são os cidadãos que pagam. Os "clientes". Sigamos.
Claro que sempre haverá quem não se submeta a tomar nenhuma dose de uma picada experimental, sob a qual pairam dúvidas a respeito de segurança e eficiência, porém bilhões de seres humanos tomarão duas, três, quatro, cinco doses, compensando aquelas que evitarão ser cobaias.
No final das contas, a "clientela compulsória" já adquiriu, no mínimo, cinco, quiçá seis bilhões de "produtos". 
A estratégia de vendas é claramente desonesta. Para vender seu produto, as indústrias farmacêuticas são apoiadas pela maioria das autoridades, por grande parte da mídia e muitos políticos  e ladrões (pleonasmo vicioso...). 
Os que se opõem à obrigatoriedade da inoculação são tidos como "negacionistas".
Não pode haver obstáculos ao melhor negócio de todos os tempos...
Nissimiel

domingo, 9 de janeiro de 2022

VÍRUS CARCEREIROS E OS SUPER-HERÓIS

                                                              OS CARCEREIROS
                                                         ELE É UM DOS INVENCÍVEIS...

Há uma nova variante da covid-19, a ômicron, que promete "fazer sucesso" como a mais nova ameaça ao ser humano. 
Sabe-se que os vírus e bactérias proliferam no mundo e nunca haverá sua completa extirpação, por mais que estudos e esforços sejam empreendidos.
O que resta, então, além da busca de tratamento contra os inimigos, é encontrar formas de se prevenir do contágio. E, mesmo contra a vontade dos abutres, como em qualquer doença, é urgente tratar precocemente os afetados, a fim de evitar que evolua para estágios avançados ou para a morte. 
Assim como ocorre com todas as moléstias, a boa ciência trabalha para prolongar a vida humana e amenizar os efeitos deletérios delas e também do envelhecimento da espécie humana. E assim será sempre, posto que o ser humano jamais ficará livre das mazelas. E envelhecerá, inexoravelmente. 
Pois bem, depois de dois anos de prisão, novos carcereiros estão a postos para vigiar os cidadãos novamente, aterrorizando e os mantendo em casa, enquanto a vida prossegue fora dos domicílios prisionais.
Chamar de negacionista quem procura seguir o curso da vida é um recurso, como tantos outros, que os defensores do absurdo "fique em  casa! utilizam para atacar quem prefere navegar, em vez de simplesmente viver. 
Né, Pessoa?
Todos em casa, então! Menos os invencíveis super-heróis: entregadores de pizza, componentes eletrônicos e afins, motoristas em geral, porteiros de prédios, policiais e vigilantes, pessoas que fazem limpeza nas prisões, digo, casas e apartamentos, cozinheiros e fabricantes de pizza...

Nissimiel