sexta-feira, 27 de março de 2020

SOBRE PANELAS, JANELAS E RAULZITO

O MUNDO NÃO PAROU, RAULZITO...

O som das panelas vazias ecoam pelos ares de muitas cidades do Brasil. E por quem elas batem? Elas batem por Bolsonaro, que chamou o coronavirus de "gripezinha". Os utensílios domésticos, vazios por conveniência para ecoar o som da revolta contra o insensível presidente, podem ficar sem nada num futuro muito próximo, se todos contrariarem Bolsonaro e resolverem ficar em casa.
O termo "gripezinha" não foi criado pelo presidente e tampouco se sabe se foi patenteado por alguém. Outros o usaram, há pouco tempo. O caso mais lembrado nos últimos dias foi quando Dráuzio Varella, um dos mais respeitados médicos da mídia brasileira, usou o diminutivo para minimizar os efeitos do coronavirus, poucos meses atrás. Recentemente, porém, mudou o discurso e seguiu a onda, tocando a trombeta que anuncia o fim do mundo!
A responsabilidade fez o doutor mudar de opinião? Ou foi a mídia, normalmente contrária a tudo que vem de Bolsonaro? Quiçá a Rede Globo, para quem Varella presta serviços? Se foi a primeira que o aconselhou, que se pense a respeito. Se as outras duas foram as conselheiras, deve-se pensar mais ainda... Sigamos.
Muitos viram uma profecia na música do grande Raul Seixas, quando ele preconizou que o mundo iria parar. Isso não vai acontecer, por certo. O apocalipse não chegou.
Os trabalhadores que produzem e os que transportam as mercadorias são seres indestrutíveis. Policiais, médicos, profissionais da saúde e limpeza também possuem superpoderes e não serão afetados pela ameaça viral. Os porteiros do prédios onde se encontram recolhidos os do grupo de risco também são imunes ao vírus. Todos precisam de trabalhar.
Além disso, quando todos voltam para casa, não transmitem o vírus para os que estão em quarentena.
Os motociclistas que entregam a pizza e a comida possuem uma couraça mágica contra todos os males.
Pois é. Quando interessa, esses trabalhadores essenciais podem ser expostos às intempéries e moléstias, enquanto milhões estão em casa. Que régua desonesta é essa, que mensura quem pode ou não circular pelas ruas e aqueles que devem se recolher? As pessoas do grupo de risco devem ficar em casa, por óbvio. Não se deve, todavia, parar o mundo por causa do coronavirus. É de bom tom lembrar que Raul Seixas confessa que acordou. O mundo não pode parar...
As "rapunzéis" contemporâneas às janelas podem ficar tranquilas. Como tranças, podem lançar as mãos para aplaudir os profissionais que se expõem  todos os dias. Devem também aproveitar e bater as panelas em repúdio ao presidente da república. Outros seres indestrutíveis que nenhum vírus pode destruir vão seguir produzindo e abastecendo as panelas dos recolhidos. Claro que ainda têm a opção de deixar as panelas vazias para difundir sua revolta contra o presidente.
Se todos quiserem contrariar Jair Bolsonaro, é muito simples. Parem TODOS. Assim, não terão a alternativa de encher as panelas...
Nissimiel

quarta-feira, 25 de março de 2020

CORONAVÍRUS. O PERIGO É REAL, MAS E A ECONOMIA, COMO FICARÁ?

Jair Bolsonaro manifestou-se sobre o momento terrível pelo qual passa o mundo. Claro que o fez à Bolsonaro, autenticamente, sem meias-palavras, como é de seu feitio.
Ele deveria se conter e fazer uso de palavras escolhidas criteriosamente por sua equipe para não ferir suscetibilidades? Bem, aí, não seria Bolsonaro...
Há algumas coisas que precisam de ser consideradas,
O coronavirus é uma ameaça à vida, não se pode negar. Assim como existem muitas causas de morte no mundo. Este não é o maior perigo que o ser humano enfrenta na sua aventura terrestre, embora os oportunistas queiram se aproveitar da crise para fazer política, seu meio de vida.
É necessário que se dê a relevância exata que o vírus representa, insofismavelmente. Não se deve ignorar o perigo que está assombrando o mundo.
Num primeiro momento, é urgente que as pessoas se recolham aos lares, a fim de se vidas sejam preservadas e não disseminar o pânico, por certo.
Mas o futuro cobrará a conta da inatividade da população. E não adianta a gritaria contra quem está tendo a responsabilidade de dizer que a economia parada acarretará em muitas mortes por inanição e por falta de recursos financeiros para sustentar o mundo.
Por mais que se pense nas vidas que podem ser ceifadas pelo coronavirus, deve-se também pensar no que virá depois da internação quase compulsória da maioria dos trabalhadores: a falta de dinheiro que poderá trazer mais mortes ainda das que viriam pela presença do novo vírus no corpo humano.
O que fazer, então?
Como na maioria das coisas da vida, equilíbrio é primordial. Num primeiro momento, as medidas de restrição a que estão submetidos muitos milhões são eficazes, não se pode pode ignorar.
No entanto, não se deve esquecer do que movimenta o mundo, para o bem e para o mal: o dinheiro.
Seja o mundo governado por quaisquer tendências ideológicas, todos os seres humanos precisam do "vil metal". Como alguém em sã consciência discorda de tal assertiva? Os hipócritas desdenham do dinheiro, mas sabem certamente da sua importância. Como se consideram "do bem, sem apego", apelam ao sentimentalismo inócuo e rasteiro e dizem não gostar de grana. Adiante.
Não há aqui insensibilidade ao falar sobre as obviedades que muitos teimam em não ver.
O mundo gira e remédios custam dinheiro, comida custa dinheiro, absolutamente TUDO depende do dinheiro.
"É a economia, estúpido!", segundo James Carville, assessor de Clinton, poderia embalar a discussão de agora, mas não é de bom alvitre que se tome ao pé da letra a emblemática frase de Carville.
O que urge é que se encontrem  soluções que contemplem a preservação das vidas e a economia do  mundo...

terça-feira, 17 de março de 2020

NÃO SERÁ FÁCIL MUDAR O ESTILO DO CORINTHIANS

THIAGO NUNES JÁ É  QUESTIONADO NO TIMÃO.


Neste ano, o Corinthians resolveu que deixaria o jeito pragmático de jogar e adotaria um futebol vistoso e competitivo.
Para isso, foi buscar o ascendente Thiago Nunes no Paraná. Nunes transformou o Athletico em uma equipe vencedora sem abrir mão da beleza. Se não era um time maravilhoso, até mesmo em razão das peças que tinha, configurou-se numa equipe que incomodou a elite do futebol em 2019. Com planejamento e paciência, o clube se modernizou e pertence à casta do esporte nacional, sem dúvida.
Claro que Thiago Nunes queria alçar voos maiores nos grandes centros e não resistiu ao assédio do Corinthians, sonho de quase todos os profissionais ligados ao futebol. Quem não abraçaria a chance?
Como não ouvir o canto da sereia? Nunes embeveceu-se por cânticos diferentes: a aprovação da grande mídia, o canto da Fiel e, claro, a possibilidade de ganhar mais dinheiro.
Todos os embevecimentos são legítimos e desejáveis ao profissional que não se acomoda, como parece ser o talhe de Thiago Nunes.
Acontece que os percalços açodaram o treinador logo nos primeiros jogos e seu trabalho não teve o retorno rápido a que a exigente massa corintiana se acostumou. Mudar não é fácil, ainda mais quando se ganha como o Timão vinha fazendo.
Por isso, o tipo de jogo que transformou o time de Itaquera num dos maiores vencedores dos últimos tempos não é fácil de ser descartado.
O pragmatismo dos retranqueiros que frequentaram o banco de reservas do Corinthians foi substituído, abruptamente, por um estilo que pretende resgatar um futebol plástico com o qual sonha sua grande torcida. Reitere-se, não é fácil mudar...
O que era o sonho de Ícaro de Nunes pode tornar-se o derretimento da cera das suas asas e a consequente queda de perto do sol a que o gaúcho julgou ter lugar.
O imediatismo e os maus resultados podem derrubar o técnico, como acontece quase sempre no Brasil, o que se seria desastroso. O pragmatismo horroroso mais uma vez venceria o futebol.
O que aconteceria, então? Há alguns retranqueiros esperando para voltar ao trabalho, se é que os leitores entendem...
Nissimiel

sábado, 7 de março de 2020

FERNANDO DINIZ NÃO FAZ GOLS

FERNANDO DINIZ, UM SONHADOR...

O São Paulo foi derrotado no Peru. Mais um vexame da equipe paulista, que poderia ter vencido com relativa facilidade. De quem é a culpa? Para os imediatistas de plantão, o treinador sempre merece execração.
O Tricolor está há muito tempo sem ganhar um título de expressão, certamente por causa da troca de treinadores. A ruptura do projeto impede o sucesso da equipe, por óbvio.
Voltando ao jogo, no primeiro tempo, a equipe perdeu gols fáceis. Gols que decidiriam a partida.
O plano de jogo estava bem delineado e os atletas fizeram-no muito bem, indubitavelmente. Criaram as oportunidades para matar o adversário, mas as bolas teimaram em não entrar. Assim fica realmente difícil ganhar os jogos.
Sabia-se que a altitude era adversário maior do que o próprio time do Binacional, especialmente no segundo tempo, por isso a definição deveria ter acontecido na etapa primeira.
A estreia na Libertadores poderia ter sido perfeita, não fossem as chances desperdiçadas.
Para muitos "entendidos" em futebol, a culpa pela derrota deve ser imputada ao treinador tricolor.
A equipe tem um padrão tático, diferentemente de outros tempos. Agora, nota-se que o jeito de atuar tem a cara de Fernando Diniz. Todavia, ele não entra em campo.
Treinamentos são comandados à exaustão pelo técnico do São Paulo, obstinado que é pela posse de bola e pela beleza do jogo. Ele gosta de gols também, ao contrário dos atacantes tricolores, useiros e vezeiros na arte de perdê-los.
Fernando Diniz é incompreendido por muitos, que dizem que não é talhado para o trabalho.
Um estudioso igual a ele não o é? Quem estaria preparado para a função de treinador, então?
Os retranqueiros que têm dominado a cena no futebol brasileiro?
Felizmente, o Flamengo de Jorge Jesus derrotou o mau futebol no ano passado, apostando no ataque e no bom espetáculo.
E neste ano promete mais, para a felicidade da sua torcida. Já levantou três taças. E tudo indica que sua sede de títulos e bom futebol não foi saciada. A continuar assim, o time de Jesus vai ganhar os títulos mais importantes do Continente. Adiante.
O sucesso de Fernando Diniz no São Paulo é uma vitória dos amantes do bom futebol.
Oxalá os atletas sob seu comando idealizem os sonhos de Diniz e que ele possa se consagrar como um dos mais promissores treinadores da sua geração.
Nissimiel