sábado, 23 de novembro de 2019

TODA RETRANCA SERÁ CASTIGADA?

TAL QUAL O AMOR  EM VINICIUS: ...INFINITO ENQUANTO DURE O BELO FUTEBOL FLAMENGUISTA

Toda retranca será castigada. Neste ano, a paráfrase de Nelson Rodrigues parece adequada, felizmente. Aos invejosos de plantão, seguem alguns dados que poderiam ser chatos, não fossem alvissareiros.
O Flamengo campeão é a quinta melhor defesa da competição.
Levou trinta gols. Para efeito de comparação, o oitavo colocado (Corinthians) sofreu vinte e nove. Em compensação, os cariocas foram às redes adversárias assombrosas setenta e três vezes. Seu saldo de gols é espetacular também: quarenta e três! O concorrente (?) número oito? Sete tentos de saldo. A diferença é abissal, como se pode notar. No momento atual, chamar qualquer equipe brasileira de concorrente do Flamengo é chocarrice...
Aos menos atentos, cabe a continha básica que diz quantos gols o Corinthians marcou: trinta e seis.
O que parecia o sonho quase inatingível para quem gosta de futebol, com jogadas espetaculares, viradas de bola e gols em profusão, é a nova realidade de um futebol moderno e alegre praticado pela equipe de Jesus. Espera-se que este seja seguido pelos outros treinadores do Brasil e que a efemeridade não se apresente mais uma vez para impedir a continuação da magia flamenguista.
"Que não seja imortal, posto ser chama, mas que seja infinito enquanto dure..." Cabe Vinicius na linda poesia de Jesus...
O Flamengo tem proporcionado espetáculos há muito não vistos por aqui, baseados num esquema tático que privilegia o ataque. Já os adeptos da "cozinha arrumada" dependem de um mísero gol para ganhar a partida. Não querem expor suas defesas. Seguram o resultado macérrimo como um mendigo faminto se apega ao pão sofrido que, se não mata sua fome, permite que sobreviva parcamente. Pobre futebol brasileiro, aceitando migalhas de pouco circo e pouco pão...
Uma frase malfadada vem tomando vulto na covardia reinante nestas plagas, como se fosse algo positivo: " Meu time aprendeu a sofrer..." A emblemática frase que periga tornar-se mantra é um eufemismo para a retranca desavergonhada praticada pelos destruidores de sonhos.
Os times têm de aprender outras coisas. Novas táticas que privilegiem o bom futebol é uma boa pedida. Encontrar maneiras de fazer gols e não apenas como evitá-los também é de bom alvitre.
Nissimiel

domingo, 10 de novembro de 2019

IMPUNIDADE SOLTA

SOMOS IGUAIS PERANTE E LEI?

Ao quebrar a jurisprudência criada pela própria Corte, o STF abriu a possibilidade de muitos bandidos ricos, condenados em segunda instância, pleitearem sua soltura.
E aguardar em liberdade. AD ETERNUM, se nada mudar na Lei... A justiça tarda nestas plagas, quando vem. Para os endinheirados, claro.
O Brasil é um dos poucos países que deixam criminosos na rua, à espera de que todos os recursos sejam esgotados, o famoso trânsito em julgado.
Todos deveriam ser presos, submetidos a julgamento com amplo direito de defesa, que deve ser de todos os cidadãos. Considerados culpados, xadrez deveria ser seu destino, podendo recorrer a outras instâncias, claro, mas devidamente recolhidos, fora do convívio com a sociedade honesta.
Com a decisão recente dos togados, os pobres, a quem os demagogos dizem defender, continuarão trancafiados por não terem condições de arcar com as custas processuais para recorrer às instâncias superiores. Alguém tem dúvida disso?
Os ladrões ricos poderão locupletar-se da nova interpretação dos doutos, indubitavelmente.
Pelo menos, não serão soltos ladrões, estupradores, homicidas e outros menos cotados. Até porque estes não têm dinheiro para os advogados entrarem com petição da liberdade. Menos mal...
Já os bandidos milionários vibraram com a notícia de que poderão ficar soltos até que todos os recursos se esgotem. O céu é o limite. Se nada mudar, a impunidade imperará no país dos paralelepípedos ( onde não se assenta um, sem pagar propina, de acordo com o advogado de um político ladrão. Perdão pela redundância...). Ou, como gostam alguns soltadores de larápios, com a devida vênia...
O curioso é que pessoas que se dizem honestas comprem a ideia dos corruptos, políticos, ladrões e assemelhados. Defendem-nos, sob o famigerado argumento, agora renovado, do "roubou, mas fez pelos pobres", como se a presunção de terem feito algo positivo para a população fosse um salvo-conduto para assaltar os cofres públicos. Roubou, sendo rico ou pobre, deve ir para a cadeia, lugar de bandidos. Não somos iguais perante a Lei? Pois é, Orwell, alguns são mais iguais do que outros por aqui...
Espera-se que as casas parlamentares votem para mudar a Carta, a fim de que os criminosos sejam trancafiados logo após o primeira instância, como acontece em países sérios, onde criminosos têm vergonha de serem apanhados em seus delitos e pagam por eles.

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

O CONCERTO DE UMA NOTA SÓ DE CARILLE

FLAMENGO E SUA ANTÍTESE...

Carille não é mais o treinador do Corinthians. O curioso é que o prego final foi aplicado pela sua antítese, o Flamengo, com futebol vistoso e ataque demolidor. Fecha-se, assim, o caixão do esporte horroroso que jogava o Corinthians. A morte, nesse caso, cai bem.
Vitória da beleza, em detrimento do pragmatismo nocivo que contaminou o esporte mais popular do país. Se há deuses que regem o futebol, saíram do sono em que se encontravam e fizeram justiça.
O placar poderia ser mais elástico, mas foi suficiente. Poderia ser maior o castigo para a modorra, mas os acachapantes quatro a um colocaram as coisas no seu devido lugar. O Flamengo é hoje a grande equipe do futebol do Continente. Pode perder para o River Plate a decisão da Libertadores, visto que os argentinos têm tradição e time para derrotar o onze de Jorge de Jesus. O fascínio do futebol também reside no fato de nem sempre o melhor ganhar. Não restam dúvidas, entretanto, que o Flamengo possui o melhor futebol  da América. Indubitavelmente.
Isto é futebol. É vida! Aquilo que Carille apresentou à frente do Timão é o prenúncio da morte que muitos pragmáticos estão ensaiando há tempos. Os treinadores que sonham aqui no Brasil são ridicularizados, muitas vezes pela mídia, outras tantas pelos retranqueiros que estabeleceram capitanias da mediocridade na Terra Brasilis. Sorte que não são hereditárias...
Não é honesto tirar os méritos de Fabio Carille, que conseguiu títulos importantes no comando do Corinthians, mesmo com uma equipe mediana. O concerto não pode ser regido com apenas uma nota, entretanto. Oxalá Carille consiga tocar muitos novos acordes, que fará com que sua nova orquestra mostre beleza e harmonia, primordiais ao bom futebol.
A fórmula parece ter se exaurido e a fortuna e a virtù não mais caminhavam com o treinador.  Nem Maquiavel se sustentaria sem as duas. Estas estão com Jorge Jesus.
Foi necessário vir um europeu para ajudar a destruir as capitanias mortais do futebol brasileiro...
Nissimiel