segunda-feira, 4 de novembro de 2019

O CONCERTO DE UMA NOTA SÓ DE CARILLE

FLAMENGO E SUA ANTÍTESE...

Carille não é mais o treinador do Corinthians. O curioso é que o prego final foi aplicado pela sua antítese, o Flamengo, com futebol vistoso e ataque demolidor. Fecha-se, assim, o caixão do esporte horroroso que jogava o Corinthians. A morte, nesse caso, cai bem.
Vitória da beleza, em detrimento do pragmatismo nocivo que contaminou o esporte mais popular do país. Se há deuses que regem o futebol, saíram do sono em que se encontravam e fizeram justiça.
O placar poderia ser mais elástico, mas foi suficiente. Poderia ser maior o castigo para a modorra, mas os acachapantes quatro a um colocaram as coisas no seu devido lugar. O Flamengo é hoje a grande equipe do futebol do Continente. Pode perder para o River Plate a decisão da Libertadores, visto que os argentinos têm tradição e time para derrotar o onze de Jorge de Jesus. O fascínio do futebol também reside no fato de nem sempre o melhor ganhar. Não restam dúvidas, entretanto, que o Flamengo possui o melhor futebol  da América. Indubitavelmente.
Isto é futebol. É vida! Aquilo que Carille apresentou à frente do Timão é o prenúncio da morte que muitos pragmáticos estão ensaiando há tempos. Os treinadores que sonham aqui no Brasil são ridicularizados, muitas vezes pela mídia, outras tantas pelos retranqueiros que estabeleceram capitanias da mediocridade na Terra Brasilis. Sorte que não são hereditárias...
Não é honesto tirar os méritos de Fabio Carille, que conseguiu títulos importantes no comando do Corinthians, mesmo com uma equipe mediana. O concerto não pode ser regido com apenas uma nota, entretanto. Oxalá Carille consiga tocar muitos novos acordes, que fará com que sua nova orquestra mostre beleza e harmonia, primordiais ao bom futebol.
A fórmula parece ter se exaurido e a fortuna e a virtù não mais caminhavam com o treinador.  Nem Maquiavel se sustentaria sem as duas. Estas estão com Jorge Jesus.
Foi necessário vir um europeu para ajudar a destruir as capitanias mortais do futebol brasileiro...
Nissimiel



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