segunda-feira, 28 de outubro de 2019

GOTAS DE PRAGMATISMO

A EFICIÊNCIA PRAGMÁTICA DE CARILLE E A BELEZA QUE PODE CONSAGRAR  O FUTEBOL DE JESUS...

A equipe de Carille vem demonstrando a cada rodada que a fórmula parece ter se exaurido. O que era um trunfo virou um calvário para a equipe corintiana, que não oferece perigo aos adversários.
É muito difícil furar a zaga do Corinthians, muito bem armado na defesa, mas também é tarefa quase inglória seu ataque marcar gols.
Num rompante de sinceridade, Carille disse estranhar a colocação de sua equipe na tabela, fato muito criticado internamente. Realmente o futebol apresentado não condizia com a classificação seu time. Agora em sexto lugar, parece ter encontrado o lugar adequado ao seu jogo (ou falta dele...).
O futebol de resultados disseminou o mal pelo Brasil inteiro, à guisa de Tite, Felipão, Mano e outros retranqueiros que pululam pelo país.
Claro que os treinadores vivem de títulos, sem o que são defenestrados impiedosamente, mesmo que o trabalho renda outros tipos de frutos, como revelação de novos talentos ou a implantação de um sistema de jogo que privilegie a beleza.
Entende-se que grandes clubes não podem ficar sem abocanhar títulos, caso vergonhoso do São Paulo F.C., o que até justificaria adotar o pragmatismo exacerbado que tornou-se regra no futebol do Brasil.
Para "exorcizar os demônios" da falta de vitórias e campeonatos, o Tricolor deveria investir num desses treinadores campeões para tirar o peso do jejum que virou chacota entre os rivais.
Pragmatismo não pode ser descartado, por óbvio. O que dói é perceber que o recurso esporádico que pode ganhar campeonatos transformou-se em meio de vida e regra para ser campeão no Brasil.
Com um nível sofrível, os últimos campeões do Brasileirão organizaram-se e aumentaram os troféus de sua galeria, castigando os amantes do verdadeiro esporte bretão.
O Flamengo vem demonstrando que pode ser campeão com futebol de primeira grandeza, com poucas gotas de pragmatismo, como ocorreu ontem na vitória magra sobre o CSA. O futebol apresentado contra o Grêmio na goleada história dá um enorme desconto aos flamenguistas...
Nissimiel

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

FLAMENGO, DESAFIANDO E VENCENDO A MODORRA

JESUS,  A SALVAÇÃO?

O grande assunto do futebol é a campanha extraordinária que o Flamengo faz neste ano, a poucos passos de consolidar seu domínio no Brasil e levar a taça para casa.
A não ser que ocorra uma catástrofe enorme, o time do Rio de Janeiro pode encomendar a festa e as faixas.
Claro que que já ocorreram algumas surpresas quando favoritos ficaram sem o título. Nem cabe aqui citar as decepções que torcidas sofreram ao longo dos anos, em que seleções e clubes perderam canecos tidos como certos para sua galeria. Neste ano, todavia, parece improvável que a taça não vá para o melhor time da atualidade, o Flamengo.
Tem ainda a Libertadores para disputar, mas lá são outros quinhentos, como diz o adágio. O Grêmio pode perfeitamente ganhar a classificação para a finalíssima, no Chile ( se a situação for normalizada no país andino). Mas o Flamengo pode, pelo que vem apresentando, vencer a disputa. O que ratificaria seu melhor futebol da América do Sul.
Ninguém joga tão bem como o Flamengo no Continente atualmente.
No Brasileirão, a fatura está liquidada. A não ser que, como no caso da bola da sinuca à beira da caçapa, quebre o taco, o que não ocorre jamais, convenhamos... Mas como se trata do quase imprevisível futebol,  é de bom tom que se espere a definição do campeonato.
Não se tratam "apenas" dos pontos que separam as equipes. Entre o futebol  que joga o onze carioca e o esporte que o Palmeiras e outros candidatos ao vice praticam parece haver uma distância "galaxial". O espetáculo da equipe de Jesus pode ser a redenção do futebol, em detrimento da modorra pragmática, nada divina, que tomou conta do esporte tupiniquim. Um grande pecado, se me é permitido proferir tal heresia...
Os treinadores estrangeiros costumam sofrer rejeição por parte da mídia e de uma parcela de profissionais ligados ao futebol. Em razão disso, é salutar que um europeu quebre as barreiras que há em relação aos técnicos de outras nacionalidades.
É curioso como o brasileiro quer que seus cidadãos vençam em terras estrangeiras, legitimamente um orgulho, mas torce a cara para treinadores de outros países.
Que venham os estrangeiros e tragam novas concepções para o sofrido e mal jogado futebol brasileiro, que ultimamente tem premiado os que querem ganhar com qualquer tipo de jogo horroroso que se convencionou chamar de futebol por estas plagas.
Os críticos podem argumentar que Jesus tem muitos bons jogadores à disposição, o que é verdade, mas seus antecessores também tiveram material humano de qualidade, mas não conseguiram o padrão que o português obteve.
O Palmeiras gaba-se de ter o melhor elenco e contratar os melhores atletas do mercado, mas foi campeão no ano passado praticando o pragmatismo à Felipão.
Agora, ter-se-á  um campeão jogando bom futebol no Brasil. É o eu esperam os que gostam da beleza...
Nissimiel