segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

À SOMBRA DO PODER. E SE ELE FALAR?


Caiu mais um mito. Aquele que queria ser dono do mundo foi preso e deverá pegar alguns anos de cadeia, se justiça for feita.
Resta a ele a oportunidade de delatar  figuras da república que se locupletaram com propinas dadas pelo ex-bilionário, a fim de tentar diminuir sua estada no xilindró.
Há alguns anos, Eike Batista urdiu seu plano que julgou magnífico e anunciou pelos quatro cantos do mundo seu sucesso nos negócios e sua intenção de alcançar a posição de pessoa mais rica do mundo.
Evidentemente os ladrões  e os poderosos da política (ops, redundância!) acercaram-se dele, na esperança de amealhar dinheiro. Muitos o fizeram, como Sérgio Cabral, que agora vê o sol nascer sob outro formato que não o original.
Não se pode negar a inteligência com que Eike fomentou seus negócios, mas parece evidente que estar próximo do poder teve papel relevante na sua trajetória.
Suspeita-se de que os bilhões alardeados pelo agora presidiário eram feitos de fumaça, que os ventos da realidade encarregaram-se de dissipar com o tempo. Meras suspeitas?
Foi considerado um dos homens mais ricos do planeta pela Forbes e bradava arrogantemente que estaria no topo da lista em poucos anos.
Muitos brasileiros incautos orgulharam-se da sua trajetória exitosa e viram em Eike a vitória do patrício que vencera e que derrotara também o complexo de vira-latas a que se referiu Nelson Rodrigues.
A derrocada e os escândalos, todavia, quebraram o encanto do bilionário fake.
Haverá tremores na política do Brasil, se o homem que enriqueceu, principalmente tirando dinheiro do erário e o alocando em seu bolso, resolver falar seriamente para se livrar da cadeia.
A proximidade com governos de todas as esferas renderam muitos dividendos a Eike Batista.
Consta que um dos principais negócios foi a compra de um terreno com valor de mais de um bilhão de reais (fixação por bilhão...) por módicos trinta e sete milhões, com o governo do Rio de Janeiro.
Cabral fez por merecer as mordomias e os milhões dados por Eike pelo jeito...
Mas ele não se locupletou "apenas" no governo de Cabral, registre-se.
Para se livrar de uma pena mais severa, pode puxar o fio que conduzirá a lugares e a pessoas que todos sabem ter ligações estreitas com Eike.
Talvez ele não aceite, como o outro Batista do humor sempre acatou, a ordem para se calar...
Nissimiel

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

A LAVA JATO CONTINUA SEM TEORI? OU: HERÓIS NÃO SÃO NECESSÁRIOS


Com a morte de Teori Zavascki, as teorias da conspiração pulularam no Brasil, como sempre acontece quando envolve alguém do quilate do ministro.
Não há evidências de que o desastre do avião que levava o ministro para Paraty tenha sido um crime, mas as suspeitas de sabotagem da aeronave permanecem para muitos que especulam sobre a razão da queda da aeronave.
Claro que não se pode descartar completamente a hipótese de o ministro ter sido morto por poderosos interessados na interrupção ou no retardamento da operação que mobiliza a justiça brasileira e assombra muitos corações e mentes.
As investigações dar-se-ão e antes do seu término nada é possível afirmar sobre a queda do avião.
Por mais que o Brasil precise de homens e mulheres para transformá-lo num grande país, livre da praga da corrupção e de outras mazelas, não pode ficar refém de salvadores da pátria ou heróis.
Por isso, devem-se refutar quaisquer tentativas de glorificar ou alçar alguém ao posto de salvador da pátria.
Precisamos de instituições fortes e que funcionem. Urge também que os poderes da República sejam independentes e que façam seu papel.
Não são nas pessoas que se devem depositar as esperanças apenas, pois são falíveis e mortais, como tristemente aconteceu com Teori Zavascki.
Sem ele, a Lava Jato pode até ser atrasada e prejudicada, claro, mas não interromperá sua caminhada.
No Tribunal há ministros que podem substitui-lo. Não é simples, devido ao trabalho já efetuado pelo relator, todos sabem, mas os trabalhos seguirão seu curso.
Antes que se pense em insensibilidade, cabe o registro para que se respeitem a dor e o luto da família e dos amigos de Teori Zavascki.
A tragédia que ceifou a vida do relator, todavia, não o transforma em herói.
Era um ministro que fazia seu trabalho de maneira eficiente, de acordo com o que se noticiava.
Culto a personalidades não deve orientar os rumos que o país precisa de seguir.
Mais do que de heróis, necessita-se de pessoas que trabalhem e que se empenhem em fazer as instituições funcionarem no Brasil...
Nissimiel

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

O MARKETING DO PREFEITO. OU: DÓRIA NÃO PODE?


DÓRIA E SEU MARKETING
HADDAD E SEU MARKETING
O prefeito de São Paulo vestiu-se de gari e simbolicamente ajudou os funcionários a limpar um espaço público.
Claro que, além do simbolismo do ato, houve marketing de Dória.
Um dos propósitos propagados pelo alcaide: ser mais próximo dos mais pobres e firmar sua imagem de trabalhador. Propaganda, indubitavelmente... Mas um gesto que não depõe contra ele.
Isso não decreta que tipo de administrador ele será. Que se espere um pouco, manda o bom senso.
Os opositores logo o acusaram de querer se promover às custas dos trabalhadores da limpeza da cidade, de fazer demagogia além de outros atributos impublicáveis.
Principalmente as pessoas de esquerda, que não veem com bons olhos uma atitude que eles amavam tomar e fazer sua " média" com a população, mas que agora julgam ter sua primazia usurpada por alguém " de direita".
Os incautos sempre acreditaram na falácia esquerdista que apenas os socialistas detinham o monopólio das virtudes e apenas os identificados com seus ideais lutavam a favor dos menos favorecidos.
Durante muito tempo, cultivou-se outro mito, segundo o qual os liberais seriam pessoas sem sensibilidade e com pouco ou nenhum apreço pelas classes populares.
Por causa disso, quem se declarava de direita, liberal ou conservador era demonizado e associado às mazelas do mundo.
Sendo assim, quem não "professasse" o socialismo era tido como a favor da ditadura, contra os pobres, racistas e sem "sensibilidade social", seja lá o que isso signifique...
Quando o ex-prefeito Fernando Haddad pegava ônibus ou andava de bicicleta, seus correligionários atribuíam-lhe afagos dos mais corteses e elogiavam sua proximidade com a população carente.
Não viam nos seus gestos (legítimos, pois se trata da política) algo demagógico ou falso.
Por que Dória não poderia acenar aos mais carentes, sem que lhe fossem pespegados impropérios?
É lídimo que quaisquer homens públicos façam aparições em público, seja para conquistar votos ou corações indecisos, assim como para se aproximar da população que o elegeu.
Se outros políticos aparecem na mídia, por que negar a Dória esse direito?
Nissimiel
 

domingo, 8 de janeiro de 2017

RASTILHO PERIGOSO. OU: OS PARALELEPÍPEDOS DAS PRISÕES


O massacre ocorrido no Amazonas não começou naquela tenebrosa noite de janeiro.
Outra chacina ocorrida em Roraima também não foi datada para acontecer no dia em que ocorreu.
Os acontecimentos são reflexo de políticas equivocadas dos sucessivos governos que ignoraram os sinais de que o sistema prisional é instituição falida, como muitas organizações que não funcionam no Brasil.
O presidente Michel Temer chamou de acidente o crime dos presos que disputam o comando das cadeias brasileiras e promoveram as chacinas para eliminar a concorrência.
É preciso dizer ao mandatário que foi uma tragédia anunciada, com sinais inequívocos de que o rastilho estende-se há anos e ninguém pode ignorar o perigo que representam os presídios do país.
Não, presidente! Não foram acidentais as chacinas, como também não é por acaso que as superlotações proliferam nas cadeias do Brasil.
Não se pode esquecer que as facções que comandam o crime têm seus chefes "protegidos" nas cadeias e que são "livres" para ditar ordens e decidir quem morre ou merece segunda chance no mundo do crime.
A falta das autoridades  produz líderes que julgam seus comandados e criam leis paralelas que são cumpridas, ao contrário de muitas leis brasileiras que não "pegam".
Os governos tucanos e petistas sempre souberam do poder das cadeias e nunca se empenharam em resolver as mazelas do sistema.
Houve um ministro que chamou as cadeias brasileiras de " medievais e não dignificantes", dentre outros adjetivos.
José Eduardo Cardozo apenas não explicou a razão pela qual seu partido, na época há dez anos no poder, nada fez para torná-las modernas e dignas.
O citado político ainda acrescentou que preferia morrer a cumprir penas nas cadeias do Brasil.
Na época, alguns colegas seus foram presos. Corporativismo?
Como sempre ocorre no país dos paralelepípedos ("onde não se coloca um no chão sem pagamento de propina...", segundo Mario Oliveira Filho, advogado de Fernando Baiano), a corrupção grassa no Brasil e a situação não é diferente no sistema penitenciário.
Armas, drogas e celulares são introduzidos nas celas, apesar das revistas a que são (?) submetidos advogados e visitas dos presos.
Há paralelepípedos assentados nas prisões brasileiras, e não estão no chão, indubitavelmente...
Nissimiel

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

NOVOS TREINADORES. NOVOS TEMPOS?



Grandes clubes brasileiros resolveram investir em técnicos jovens.
Demoraram a perceber a mesmice em que se transformou o esporte mais popular do Brasil nos últimos tempos. Não se trata apenas de idade cronológica, trata-se de mentalidade jovem.
Além de Tite, quem mais se reinventou?
Ultimamente, saía um dos "velhos" treinadores, entrava outro. Ficavam trocando de clube a cada campeonato. Quase sempre os mesmos...
Já passou da hora de arejar a beira dos gramados brasileiros, inegavelmente...
Nada contra a "velha guarda" do esporte tupiniquim, claro.
Todavia, os "meninos" precisam de ter seu espaço nos principais clubes do Brasil, como parece ocorrer agora. Salvo melhor juízo, é um momento inédito por estas plagas.
A lista:
O Atlético Mineiro será comandado por Roger Machado, o Internacional por Antônio Carlos Zago, enquanto o campeão Palmeiras contratou o promissor Eduardo Baptista.
O São Paulo também inovou ao apostar em Rogério Ceni, ao passo que o Corinthians resolveu investir em Fábio Carille.
A Chapecoense chamou Wagner Mancini para o difícil recomeço que terá de enfrentar.
É necessário, entretanto, que se mude a mentalidade dos dirigentes do futebol brasileiro.
Não será fácil administrar as derrotas iniciais que certamente virão. Por isso, urge que os novatos tenham tempo para colocar seus planos de trabalho em ação.
Se aos primeiros tropeços os treinadores ganharem o bilhete azul, todo o trabalho estará perdido.
Como é praxe no futebol, os "velhinhos" poderão ser chamados para colocar a casa em ordem.
Nem sempre isso acontece!
O que se torce é para que os novos ventos também assoprem nas cabeças dos cartolas (velha esta, não?) e façam com que as ideias inovadoras sejam firmemente defendidas, mesmo nas adversidades.
Os céticos farão suas apostas e se perguntarão quem cairá primeiro, por certo.
Em se tratando de futebol brasileiro as mudanças são muito difíceis de acontecer.
Um novo leitor do blog, o corintiano Caio, que trabalha numa livraria de um Shopping em Caraguatatuba, deve estar preocupado com seu time e seu novo treinador.
Não apenas esse torcedor, mas todos os outros estão na expectativa de novos e áureos tempos do futebol do Brasil...
Nissimiel

domingo, 1 de janeiro de 2017

A DEMAGOGIA E IRRESPONSABILIDADE DE LULA. OU: O FLERTE


O ex-presidente Lula, em seu discurso de final de ano, destilou (ops!) demagogia à vontade, como se não fosse também culpado pela crise monumental pela qual passa o Brasil.
Durante seus mandatos, não investiu em estrutura, preferindo apostar em distribuição de benesses estatais, além de crédito para consumo, o que fez com que os mais pobres se endividassem ainda mais para pagar as dívidas anteriores.
O peso e o endividamento do Estado são os grandes vilões desta crise.
Gastaram muito mais do que deveriam, inegavelmente.
Muito desinformados, contudo, avalizaram a política do petista e até acreditaram nas lorotas propagadas pelo ex-sindicalista que ascendeu ao poder em 2003.
Sua cara de pau não tem mesmo limites.
Agradeceu aos brasileiros que foram às ruas lutar pela democracia e pelos direitos dos trabalhadores.
Conclamou a todos para que lutem pelos empregos e pelos salários, além de condenar os cortes de gastos que se fazem necessários.
Como se não fosse ele e sua sucessora os grandes responsáveis pela crise que assola o Brasil.
Nunca é demais lembrar que escândalos de corrupção e mau uso do dinheiro público foram marcas inegáveis das últimas administrações.
Claro que os defensores de Lula e Dilma irão recorrer ao expediente de dizer que outros políticos têm parcela de culpa na situação atual do país e que a conjuntura mundial colabora para a penúria em que se encontra o Brasil.
Houve problemas, claro, mas com as dimensões das administrações petistas, "nunca antes na história deste país", só para usar a frase demagógica de Lula.
É evidente que o agora réu quer criar uma narrativa para uma eventual prisão em 2017.
Perseguição por ter tirado milhões da pobreza e outras mentiras em que apenas os incautos ou mal intencionados ainda creem é uma das teses aventadas pela trupe que defende o homem que de nada nunca soube.
Um dos pontos altos da fala de Lula na sua mensagem de fim de ano foi o irresponsável conselho que deu aos endividados: " ...se a pessoa tá devendo um pouquinho, pega um novo empréstimo, paga aquele velho e começa vida nova...".
Como, cara- pálida?
Sem emprego e recursos, como honrar o pagamento e começar "a vida nova?"
Canalha e leviano, assim pode ser caracterizado o conselho de Lula.
Para arrematar, o flerte de Luiz Inácio com um golpe constitucional!
 "...É preciso antecipar o processo eleitoral..."
 É urgente que se ressalte o Art. 60, § 4º , da Carta Magna, cláusula pétrea (sobre o que não pode ser alterado, aos desavisados...):
" Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
II - o voto direto, secreto, universal e PERIÓDICO" ( grifo intencional e óbvio do autor).  
Nissimiel