Não é de hoje que o Brasil padece de um mal que atinge a maioria dos clubes de futebol: o tal "futebol de resultados", uma praga que ameaça a capacidade criativa dos atletas. Claro que todos os clubes precisam de capital e de títulos. Não podem prescindir disso. Os investimentos são altos e quem injeta seu dinheiro exige retorno, o que faz parte do mundo dos negócios. As empresas, além da visibilidade, desejam, por óbvio, também associar sua marca aos vencedores.
Pois bem. Os bons resultados e o futebol bem jogado não deveriam ser uma contradição. É perfeitamente possível que a arte e o lucro sigam pela mesma trilha, sem contendas. É desejável, inclusive, que assim o seja.
O cipoal do futebol, que amarra a mediocridade, a violência e o discurso "vencedor", comporta também alguns fios de esperança, que são puxados por alguns sonhadores. Estes insistem que a bola deve ser tratada com carinho para rolar sem solavancos pelo palco verde, até furar a linha fatal onde desperta o grito alucinado do gol. Para muitos, são lunáticos, mas para quem ama o bom futebol, são lufadas de beleza para o maltratado esporte nacional.
Sim, ainda há alguns que teimam em desenrolar os frágeis fios, mesmo sob a resistência dos emaranhados que se torcem para sufocar a tenuidade da esperança.
O Fluminense tem um dos "lunáticos" do futebol que a fragilidade da linha ainda sustenta, Fernando Diniz. Que outras pontas sejam amalgamadas à esperança dos poucos sonhadores, fortalecendo a luta contra as cordas da mediocridade...
Nissimiel
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