sexta-feira, 21 de novembro de 2014

O PAÍS DOS PARALELEPÍPEDOS

O advogado de Fernando Soares, Mário de Oliveira Filho, disse que " se não fizer acerto (com políticos), não coloca um paralelepípedo no chão".
Segundo o defensor do suspeito de intermediar propinas em obras da Petrobras, em todas as licitações feitas no país são oferecidas vantagens pecuniárias para ganhar concorrência e executar serviços públicos.
Ainda de acordo com Oliveira, os empresários presos seriam vítimas da cultura política do Brasil, que é de corromper as pessoas envolvidas nas licitações.
Não se pode aceitar como normal, como nos quer fazer acreditar o advogado, um procedimento que é criminoso e deve ser tratado como tal, com punições severas para os apanhados. Se houver provas suficientes para condenação, que assim seja. Que o produto do roubo volte aos cofres públicos.
A tradição bandida do jeitinho e das vantagens precisa então ser mudada, sob o risco de se perpetuar as práticas de que falou o defensor de Fernando Soares.
O Brasil que precisa da corrupção para se assentar um paralelepípedo não pode prosperar.
Se sempre houve essa cultura aqui, devem todos os brasileiros de bem exigir um país que não aceita corrupção como algo normal, que não necessita de aditar obras, superfaturar para depois dar a políticos e ladrões (redundância) uma parte do butim.
Que se mudem as relações promíscuas entre estatais e empresas prestadoras de serviços para que não se pague mais para colocar pedras, fazer viadutos e outras obras.
"Sempre foi assim, é assim mesmo", diriam os conformados com a cultura incrustada na política brasileira e poderiam até acrescentar que "sempre se fez desse jeito, não há como modificar isso".
Quando não se indignar  mais com toda essa sujeira e esses desvios de conduta e de dinheiro, aí tudo estará perdido.
Pobre Brasil, vilipendiado e assaltado por aqueles que deveriam zelar pelo bem público.
É premente que deixemos de ser o país dos paralelepípedos...
Nissimiel

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