domingo, 31 de março de 2019

COMEÇOU BEM A DECISÃO

FELIPE MELO E ANTONY.  TESE, ANTÍTESE E SÍNTESE:  BOM FUTEBOL

O jogo de ontem entre São Paulo e Palmeiras foi bem movimentado, como deve ser um clássico de tantas tradições como o Choque-Rei. Embora não tenha havido muitas chances de gol, foi um peleja com algumas atuações que merecem destaques, como Felipe Melo, Dudu e Scarpa. Quando não apela para a violência e intimidação, Melo ainda é um dos melhores volantes do país.
Marca como poucos, sabe passar a bola com exatidão e dificilmente perde uma disputa de bola. É o esteio da equipe.
Dudu, como sempre, tem uma habilidade e velocidade impressionantes, além de não se abalar com as circunstâncias e as pressões da partida. Protagonizou um lance interpretado como pênalti pelo árbitro e deu trabalho aos defensores do adversário. A propósito, fez bem o juiz ao não confirmar a penalidade, depois de consulta ao VAR. Não houve a infração sobre Dudu. Seria um erro absurdo que a tecnologia impediu.
Scarpa também foi muito bem no confronto. Com toda justiça, é o titular, em detrimento de Lucas Lima, que nunca mais atuou como em seus melhores dias no Santos.
A defesa do Verdão dificulta sobremaneira a articulação de jogadas pelos atacantes adversários. Isso voltou a acontecer durante o primeiro embate pelas semifinais do Paulistão.
Pelo lado do São Paulo, gratas surpresas. O time parece ter encontrado o equilíbrio entre os setores do campo e não oscila tanto quanto se acostumou a ver nas apresentações anteriores.
O grande mérito de Mancini foi achar os lugares corretos dos seus atletas e colocar em campo os elementos que deram liga, como se  diz na linguagem futebolística.
O ponto forte é seu meio de campo, que marca bem e sai para o jogo sem afobação. Liziero e Luan são volantes modernos.  Combatem bem e iniciam a maioria das jogadas sem a afobação que antes caracterizava a equipe do Morumbi. Igor Gomes é outra peça fundamental na ascensão tricolor, com sua maturidade precoce e visão de jogo. E faz gols, quando as chances se apresentam.
Por último, o diamante da companhia, Antony. Não se intimida com as faltas que sofre. Joga sem medo das "botinadas" e da responsabilidade de ser a nova estrela da equipe. Tem um repertório infindável de dribles, além da velocidade, que alia a uma habilidade fora do comum. 
Sua lapidação deveria ser aqui no Brasil. Infelizmente, será num grande clube europeu, como ocorre com todas as joias que surgem no futebol brasileiro. Tomara ainda fique por aqui mais algum tempo. Calma, Leco. Calma...
Ontem, contra a bem armada e pragmática esquadra de Felipão, os meninos do São Paulo não decidiram. Justamente porque o Palmeiras marca muito bem. Um onze perigoso e muitas vezes mortal. Na Allianz Parque, pode ser que o Palmeiras saia mais para o jogo, sob os aplausos de sua torcida, o que facilitaria a vida dos habilidosos garotos tricolores. Embora o pragmatismo de Scolari não autorize tal prognóstico...
Nissimiel

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