segunda-feira, 2 de abril de 2018

O FUTEBOL BRASILEIRO E O RISCO DA MODORRA. OU: OS POLOS IGUAIS

A TEMPERATURA ESQUENTOU EM ITAQUERA

O Corinthians levou a melhor contra o São Paulo e se classificou para a final do certame paulista.
A partida foi brigada e emocionante até o fim, embora não tenha apresentado uma plástica mais apurada dos dois oponentes.
O Tricolor tinha a vantagem do empate e suportou bem o domínio do Timão até o derradeiro golpe que levou a decisão para os pênaltis, em que o Corinthians levou a melhor.
O time da Fiel jogou contra o Palmeiras no sábado e perdeu o jogo e um dos seus mais importantes atletas. Clayson envolveu-se numa briga com Felipe Melo. Ambos foram expulsos por agressão.
Claro que o Timão pode derrotar o rival fora de casa, mas as coisas não ficaram fáceis para o alvinegro. Ganhar do rival no Allianz Parque é sempre difícil, embora não seja impossível.
O curioso é que as chances do time de Carille dependem do jeito do Palmeiras atuar.
Se resolver jogar para frente, como talvez exija sua torcida, o alviverde dará ao adversário a oportunidade de ser como é: uma equipe bem postada e que ataca quando o oponente se distrai.
O Palmeiras, assim como fez o São Paulo, adotou a estratégia corintiana.
O Timão sofreu para eliminar o Tricolor, que lutou até o fim. Jogou como o rival, pragmaticamente, e apenas por uma falha de marcação não eliminou o oponente em pleno Itaquerão.
No sábado, os comandados de Carille perderam em casa para o aplicado e pragmático Palmeiras.
Não há demérito na vitória do Palmeiras, é claro. Fez do jogo defensivo sua arma e saiu vitorioso. Até os jogadores mais talentosos, caso de Dudu e Lucas Lima, abriram mão da técnica para suar muito a camisa, em defesa das cores palmeirenses. Quase nada criaram.
Se quiser ser campeão, Roger Machado tem de fazer sua equipe correr muito e jogar como atuou em Itaquera.
E mostrar a eficácia do último jogo, em detrimento da beleza de seu futebol.
Como se sabe, o pragmatismo de Carille, herdado de Tite, vem fazendo escola.
O adversários já conhecem o estilo e o jeito retrancado ( e eficiente, diga-se) do treinador e estão usando a mesma estratégia. Em razão da falta dos talentos, é mérito organizar bem a equipe e ganhar, como tem feito Carille.
Quase nada a refutar, a não ser a evidente feiura das partidas pelos campos do Brasil.
Sendo assim, cria-se o antídoto, que é jogar da mesma forma do atual campeão brasileiro. Em outras palavras, dar ao inimigo o mesmo veneno recebido. O problema é: como ficarão as partidas daqui em diante?
Não se deve negar o mérito corintiano, é importante reiterar, mas há o perigo de polos iguais chocarem-se durante as próximas competições.
Os jogos podem se tornar altamente defensivos e insossos. Tomara apareçam outras fórmulas de se jogar futebol, sem as quais o esporte tornar-se-á enfadonho e repetitivo.
Novidades táticas serão benéficas para o combalido futebol brasileiro. Sem tais inovações, o esporte mais popular do Brasil corre o risco de viver do pragmatismo e da modorra presentes no estilo de jogo do Corinthians...
Nissimiel 

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