segunda-feira, 25 de setembro de 2017

REMAR CONTRA A MARÉ, OU CONTRA A UNANIMIDADE

OS DONOS DA BOLA NO FUTEBOL BRASILEIRO

As opiniões sobre o treinador da seleção brasileira parecem indicar um só rumo: o de que ele é o mais talhado para a função de comandante do escrete nacional. Ninguém em sã consciência contestaria isso.
Não se pode negar a capacidade de Tite em montar boas equipes e sua forma correta de trabalhar com os jogadores sob sua direção. É um trabalhador contumaz. E está preparado para desempenhar seu ofício. É inteligente e sabe se promover, apesar do discurso enfadonho que emprega nas entrevistas.
Com tudo o que foi dito acerca da competência de Adenor Bachi, fica fácil seguir a maré da unanimidade  em que todos querem navegar.
Como poderia alguém não reconhecer o que o treinador fez com a equipe capenga e sem padrão que Dunga treinava?
Transformou um bando de atletas em um time organizado e capaz de atuar em bom nível contra os adversários que tem enfrentado. Classificou a seleção brasileira antecipadamente para a Copa da Rússia com todos os méritos.
Pois bem, quando se assiste aos jogos do Corinthians atual, sob o comando de Carille, discípulo de Adenor Bachi, remete-se ao pragmatismo também presente no campeão do mundo de 2012, invicto sob os auspícios de Tite.
Claro que muitos vão discordar deste escriba, mas Tite, com seu sucesso, incentiva os demais a adotar o futebol feio e modorrento que é sua marca e que seu pupilo Carille aplicou ao atual campeão paulista e virtual vencedor do Brasileirão.
Talvez seja um sacrilégio dizer, mas lá vai:  Tite é um retranqueiro com grife! Pronto, foi dito...
Carille faz um trabalho muito bom.  O futebol chato, entretanto, derrota o jogo plástico e vistoso com que sonham os adeptos de um jogo ofensivo e de gols em profusão. Aos sonhadores, resta resta reconhecer que a razão vence a emoção. Poucos sustos acontecem nos embates em que o Timão está envolvido. Claro que Carille mostra sua competência quando transforma seu elenco apenas mediano em uma equipe competitiva e vencedora, mas não encanta.
O time de Itaquera tem apenas um atleta acima do média, Guilherme Arana. Os outros são bons e comuns.
Com atores com menos capacidade técnica do que muitos de seus rivais, Fábio Carille formou um time difícil de ser batido. Isso é inegável. E louvável, registre-se.
Mas para quem aprecia uma equipe que propõe o jogo e pratica um futebol bonito, é triste ver a proposta corintiana: tocar a bola, como se nada quisesse, à espera de um descuido do adversário para liquidar o jogo.
O pior de tudo é que os adversários estão aderindo a esse futebol amarrado e sem criatividade que funciona a partir dos erros dos oponentes.
 O legado de Tite pode ser a tendência atual, do time chato e bem treinado, que sempre espera o momento do bote fatal...
Nissimiel

2 comentários:

  1. Concordo. Futebol pratico e objetivo, mas sem arte.

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  2. O tite é um estudioso do futebol, isso todos concordam. Agora, futebol bonito mesmo há muito nao se vê na seleção canarinho e nos times brasileiros.

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