quinta-feira, 7 de setembro de 2017

AS FLECHAS DE JANOT. OU: O CISNE CANTOU...



Rodrigo Janot disse que enquanto houvesse bambu, teria flecha, ao se referir a Michel Temer. A matéria-prima parece que não dará conta de atingir o presidente, para enorme sua frustração. Temer escapou da primeira denúncia e fatalmente escapulirá incólume da derradeira flechada do Procurador-geral da República.
O prazo para Janot é exíguo. O arco não mais se esticará para apontar flechas para ninguém.
Não que o presidente seja merecedor de defesa neste espaço. Ele já dispõe de banca competente para fazê-lo.
Mas a obsessão de Janot por destituir o mandatário é algo fora das curvas da normalidade, é forçoso admitir.
O estranho é que nos tempos dos petistas Lula e Dilma, ele não gastava os tais bambus para flechá-los, mesmo com indícios fortíssimos de ilicitudes nos governos petistas.
Para os leitores do blog, é fácil perceber que neste espaço não há pauta para defesa de políticos, ladrões e assemelhados. Se houver culpa de bandidos de diferentes matizes, é de bom tom que sejam punidos, na forma da lei. Claro que isso vale também para Temer. Que seja defenestrado, se houver razão legal para tanto. Como foi destituída Dilma, a pior presidente que o país já teve.
Apesar de não haver muito apego do escriba por chavões ou clichês, segue um, com a devida licença: "não se deve ter ladrão de estimação..." Sendo assim, que todos paguem por seus crimes!
Sempre se pugnou nos artigos publicados aqui pela punição dos ladrões do erário. De todas as colorações partidárias, à esquerda, à direita ou ao centro do teatro político do Brasil.
Janot,  num dos últimos levantares das cortinas, resolveu atirar suas flechas em direção aos petistas, a quem nunca havia sequer cogitado atingir.
Um ato final grandioso e histriônico? Não restam dúvidas de que Janot queria o seu.
Por que não o fez antes? Qual a razão para o arqueiro paladino dos petistas resolver ferir de morte os ex-presidentes do partido mais mentiroso da história?
Como se sabe, nesta semana, o Procurador-geral denunciou os antigos "companheiros" por organização criminosa, obstrução de justiça e outros crimes.
Na época que cometeram os atos agora denunciados por Rodrigo Janot, ele já exercia a função de que agora se despede. Por que não viu ilicitudes nos petistas antes?
O senso de justiça do Procurador chegou muito tarde.
Se ele denunciou Temer por causa das gravações de Joesley Batista, por que poupou Lula e Dilma à época dos desvios éticos e criminosos?
Queria ficar marcado na História como aquele que alijou um presidente dos seus direitos.
Não conseguiu. Agora, na falta de algo que marque sua despedida, denuncia Dilma e Lula. Pelo que se evidencia, Janot não terá seu grand finale.
Ouvir-se-á, em seu lugar, o triste canto do cisne...

Nissimiel

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