domingo, 5 de agosto de 2018

A GLOBO E O GOLPE. OU: PSICOGRAFIA AO VIVO.

CONSTRANGIMENTO PSICOGRÁFICO

Na sabatina realizada com o candidato Jair Bolsonaro, a Globo News passou uma vergonha inominável.
Como já era esperado, os jornalistas tentaram pegar as contradições de Bolsonaro, como fizeram com todos os convidados que por lá estiveram.
O papel do jornalismo deve ser de esclarecer os pontos de que a população precisa saber e para isso pode pressionar os candidatos para que eles caiam em mentiras ou sejam considerados dignos de confiança pelos seus eleitores. É um bom serviço que a imprensa presta aos cidadãos.
Não se vai dizer aqui que o programa da Globo News tenha sido mais ou menos incisivo com algum dos entrevistados. Essa análise pode ser objeto de outro artigo...
Claro que os entrevistadores têm suas preferências políticas, mas não seria justo dizer que eles foram tendenciosos com algum dos convidados.
Pelo estilo de Bolsonaro e pelo que representa hoje no cenário político brasileiro, é natural que seja confrontado com algumas opiniões polêmicas que proferiu há algum tempo.
Dentro do esperado, houve algumas falas duras e confrontos com alguns dos inquisidores, o que, reitere-se, é bom e salutar para o debate.
Como se sabe, defensor de ditadura é a pecha que constantemente querem pespegar ao candidato.
Como não é segredo, ele nem admite que tenha havido aquela ditadura no Brasil.
Não se pretende discutir a questão neste espaço, no momento. Foi um período em que morreram adeptos do sistema vigente, como também tombaram pessoas que se opuseram a ele.
Cabe discussão, sem dúvida, mas que talvez se revele inócua, por ora.
Quando um dos jornalista perguntou-lhe o que ele achava sobre o período, tido por muitos como uma ditadura, Bolsonaro tascou-lhe uma pergunta capciosa: " o fundador da Globo, Roberto Marinho, foi um ditador ou um democrata?"
Para consternação geral, Bolsonaro citou frase de Marinho, segundo a qual ele apoiara a tomada do poder pelos militares para impedir que a esquerda continuasse seu projeto de poder no Brasil.
Ainda acrescentou que Globo e Veja foram fundadas durante o período militar, o que derrubaria a ideia de ditadura. Houve liberdade de expressão, algo a que os ditadores têm ojeriza e não permitem.
Após as considerações finais, das despedidas e agradecimentos da mediadora, aconteceu um dos maiores vexames a que a "poderosa" foi submetida.
Mirian Leitão leu uma nota, recebida pelo ponto eletrônico, argumentando que em 2013 o grupo Roberto Marinho retratou-se e admitiu a existência de golpe em 1964, contrariando a opinião de seu fundador.
O curioso é que Roberto Marinho faleceu em 2003, dez anos antes da retratação.
Talvez por isso, Mirian Leitão tenha se atrapalhado tanto ao ler a nota que corrobaria a posição atual da emissora quanto à ideia do golpe.
Não deve ser fácil psicografar ao vivo...
Nissimiel

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