sábado, 25 de março de 2017

NOVA É A MENTALIDADE. OU: O SANTO PODE SER DE BARRO...




Embora Dunga já tenha saído da seleção brasileira, a comparação com o trabalho de Tite é inevitável.
Claro que o ex-treinador do Brasil não deve gostar, pois a diferença é abismal.
Nos tempos de Dunga, o time não tinha um padrão tático definido.
Parecia que os atletas tinham sido apresentados no vestiário, tamanho era o desentrosamento entre os jogadores. Pode parecer exagero, mas o desencontro entre os setores do time era evidente.
O curioso é que os convocados são praticamente os mesmos e a equipe comporta-se muito melhor sob o comando de Tite. Agora, é um time de futebol organizado. Todos se conhecem...
Embora o tempo de treino seja praticamente  o mesmo que Dunga tinha, o Brasil sabe o que precisa de fazer em campo. Os jogadores têm papéis que são cumpridos.
As jogadas saem naturalmente.
Já se disse que treino é treino, jogo é jogo. No caso desta Seleção, tudo parece treino. Pelo menos no que concerne à tranquilidade como são engendradas e executadas as jogadas.
 O treinador consegue extrair o melhor de cada um de seus comandados e isso faz com que a parte coletiva funcione muito bem. Parece simples. E é. Pelo menos, para a competência de Tite.
O exemplo mais latente é Paulinho, que não conseguiu muito sucesso no futebol inglês.
Mal treinado? Poucas oportunidades?  Problemas de adaptação? A resposta a tantas questões poderia ser apenas uma: a falta de Tite...
Sob o seu comando, o ex- jogador do Corinthians assombra pela desenvoltura com que passa a bola, abre espaços, marca e ainda se apresenta para fazer gols, como na partida contra o Uruguai.
Paulinho não é, na acepção da palavra, um craque. Tite todavia, faz com que ele jogue como se fosse um fora de série. Seguramente, não o é.
O treinador sabe o que os jogadores sob seu comando podem render e eles são bem treinados para executar suas funções da melhor maneira.
Os jogadores têm confiança nas orientações que seu técnico passa, algo primordial quando se trata de futebol. Tem, por assim dizer, o elenco nas mãos. Isso é insofismável.
Não se pode, portanto, duvidar da sua capacidade de transformar um amontoado de jogadores em um time vencedor.
Já havia mostrado sua competência no Corinthians e repete o sucesso na Seleção Brasileira.
Claro que não se pode achar que o Brasil está pronto para ser campeão do mundo, como já acreditam alguns ufanistas mais exaltados.
A história é conhecida e já aconteceu muitas vezes: os adversários elogiam a seleção e a alçam à condição de favorita aos títulos que disputar. Então, confiante, relaxa. E perde. Armadilha perfeita, na qual os brasileiros amam cair.
É uma tática que sempre funciona, embora seja muito manjada por todos.
O Brasil de Tite conseguiu uma sequência de vitórias (sete) inédita na história.
O seu trabalho não merece reparos, óbvio. Apenas aplausos.
Mas, sabiamente, o adágio nos adverte: "devagar com o andor que o santo é de barro..."
Nissimiel

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