quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

DE NEY MATOGROSSO A PABLLO VITTAR. OU: O ABISMO...



Na década de 70, Ney Matogrosso mostrava sua arte, dançando e cantando como ninguém fazia.
Suas performances e figurinos eram diferentes de tudo que havia na época. Um inovador.
Em qualquer época ele seria único. Naquele período, ficou latente como era diferente e como seu talento era inigualável.
Para se fazer justiça, deve-se citar o grupo Secos & Molhados, conjunto musical a que Ney pertencia. Devido à grandiosidade de seu vocalista, os outros componentes são quase esquecidos pelo público. Gérson Conrad e João Ricardo eram os outros membros do grupo...
Num período em que os artistas reclamavam da censura e do cerceamento à arte, ele desafiou a ditadura e as regras vigentes para se apresentar com figurinos que pouco ocultavam seu corpo.
Sua voz é marcante e única. Ney Matogrosso é ímpar, indubitavelmente...
Marcou a cena com sua voz e sua ousadia nos palcos. Sua notória e assumida timidez dava lugar à exuberância de suas apresentações, que arrebatavam a plateia.
Quando o nu era proibido, ele mostrava-se  quase por inteiro nos shows.
Quando rebolar era quase exclusividade das mulheres, o cantor requebrava-se para delírios de muitos supostos "machões" que o desejavam e muitas invejosas mulheres. Não podiam ser Ney. Restava-lhes, então, aplaudi-lo.
Transgressor natural, ele e sua arte perpassaram décadas e permanecem atuais.
Há alguns anos, Ney disse que seu grave não era bom e por isso precisou estudar, a fim de melhorar seu canto. Como se precisasse! Trata-se de um perfeccionista incorrigível, nota-se.
Mais de quatro décadas depois, Ney Matogrosso continua a desafiar o tempo e os caretas. Desfila seu imenso talento nos palcos brasileiros. E continua e a ser atual. Um ícone da música brasileira. Um show man.
Pabllo Vittar apareceu de vez no ano que se encerra e conquistou mentes e corações no Brasil.
Mas o que há entre Ney e Pabllo?
Um abismo enorme...
Nissimiel

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