domingo, 3 de junho de 2018

O IMEDIATISMO DO FUTEBOL

  LOSS PODE SER VÍTIMA DO IMEDIATISMO DO FUTEBOL

De quatro partidas  que o Timão disputou sob seu comando, Osmar Loss perdeu três.
Não é o início com o qual sonhava o profissional que assumiu o Corinthians no lugar de Carille, que foi ganhar dinheiro fora do país.
No imediatista futebol brasileiro, Loss não deve durar muito tempo no comando do Timão, a não ser que consiga vitórias convincentes num espaço curto de tempo.
Infelizmente, é a cultura presente nestas plagas, segundo a qual técnico que perde é demitido, mesmo que não tenha tido tempo para armar sua equipe da maneira que acredita ser a melhor.
Se a diretoria mosqueteira tiver juízo, mantém Loss, mesmo que não consiga resultados satisfatórios logo. Afinal de contas, está tentando fazendo exatamente o que o antecessor fazia.
O futebol corintiano não mudou muito desde a saída de Carille. Continua sendo jogado do mesmo jeito, sob o signo do pragmatismo horroroso que o fez bi-campeão paulista e brasileiro.
Se a maneira vitoriosa e feia que o Corinthians adotou para jogar está funcionando, por que mudar?
Além disso, se tirar seu novato treinador, quem virá para seu lugar? Acertadamente, o Timão vem mantendo sua forma de jogar com pequenas variações desde Tite, o... retranqueiro com grife. Pronto, foi dito. De vez em quando faz bem remar contra a maré... Adiante.
Mas a diretoria alvinegra pode ser colocada diante de um perigoso dilema. Se mantiver Osmar Loss, como recomenda o bom senso e a equipe sofrer vitórias vexatórias e comprometer o rendimento, o que fazer? Que a razão permaneça em Itaquera, em detrimento da paixão, terrível conselheira em momentos de turbulência.
Já o São Paulo sofreu a primeira derrota no campeonato, mas nada que abale as convicções de Aguirre. A recuperação de um time abalado e sem confiança demora a acontecer, por isso seu treinador faz muito bem ao não achar que tudo está perdido, como também não pensava que estava uma maravilha seu time antes da derrota.
Equilíbrio é essencial no difícil caminho que o Tricolor está percorrendo para afirmação do trabalho de seu técnico.
Ao badalado Palmeiras não cabe euforia por uma vitória já costumeira contra o São Paulo em seu estádio. O tricolor não conhece o sabor de uma vitória na nova arena verde.
Um tabu que serve apenas para atiçar a rivalidade e as conversas de botequim entre os amigos que discutem divertidamente sobre o apaixonante e quase imprevisível futebol.
Cumpre lembrar também que faz mais de quinze anos que o Palmeiras não ganha do seu rival no Morumbi.
São números que os aficionados usam para "tirar sarro" dos rivais.
Na prática, entretanto, de nada servem, pois os dois adversários não dependem apenas do desempenho no campo adversário para ganhar campeonatos.
Já Roger Machado tem muitas razões para comemorar, pois se perdesse dificilmente permaneceria no cargo de treinador do Palmeiras. Mais do que os três pontos e a manutenção do tabu, Machado ganhou fôlego. Até quando?
O líder Flamengo jogou no campo do Corinthians praticamente o tempo todo e mereceu a vitória sobre o acovardado time de Loss, que raramente se aventurou ao ataque, bem a seu estilo.
Procura jogar por uma bola. Como se disse antes, tem dado certo atuar assim.
Mas a fórmula pode ter se esgotado. Os adversários já aprenderam a jogar contra o Timão, por isso Loss precisa de alternativas táticas.
Carille já vinha sentindo a necessidade de mudanças que vinha desenhando para seu time, mas não teve tempo para modificar a quase exaurida fórmula vencedora.
Apesar das poucas rodadas, algumas equipes já se destacam na parte de cima da tabela.
Não se deve esquecer, entretanto, que no meio do ano alguns atletas devem ser negociados. Isso pode mudar o panorama do campeonato.
Nissimiel



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